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Política

Puccinelli foi a fórum da Justiça Federal para se apresentar, diz advogado

Segundo Renê Siufi, ex-governador deveria se apresentar à Justiça por conta de decisão anterior, mas não conseguiu

Humberto Marques | 20/12/2018 16:52
Renê Siufi acompanhou Puccinelli em apresentação à Justiça Federal. (Foto: Paulo Francis)
Renê Siufi acompanhou Puccinelli em apresentação à Justiça Federal. (Foto: Paulo Francis)

O “passeio” dado pelo ex-governador André Puccinelli (MDB) na tarde desta quinta-feira (20) teve como destino a sede da Justiça Federal em Campo Grande, onde ele tentou se apresentar como parte de uma condenação anterior. A informação partiu do advogado Renê Siufi, que acompanhou o ex-chefe do Executivo estadual ao Fórum, no Parque dos Poderes. Segundo ele, Puccinelli já voltou à sua casa.

Por volta das 14h30 desta quinta, Puccinelli deixou seu apartamento no Jardim dos Estados ao lado do advogado. Saindo pela porta da frente, seguiu pela calçada até o carro de Siufi. À reportagem, disse que saía para “dar uma volta”. Também dizendo não ser o momento de dar entrevistas, ele desejou um “feliz Natal e Ano Novo a todos” e partiu.

A saída foi uma das primeiras desde que Puccinelli deixou o Centro de Triagem Anizio Lima, no complexo penitenciário de Campo Grande, no fim da tarde de quarta-feira (19), onde estava preso preventivamente desde 20 de julho –por determinação da Justiça Federal na Operação Papiros de Lama. Foi a segunda detenção do ex-governador que, em novembro de 2017, permaneceu 40 horas detido na primeira etapa das investigações. Antes, em maio, foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica durante a Máquinas de Lama (quarta fase da Lama Asfáltica), retirada semanas depois.

“Na prisão anterior foi determinado que ele teria de se apresentar à Justiça Federal. Como saiu ontem, foi fazer isso, mas como a Justiça Federal estava de recesso, não entrou”, disse Renê Siufi.

Puccinelli e seu filho, o advogado André Puccinelli Junior, foram soltos por determinação da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que acatou recurso em um habeas corpus apresentado no meio do ano –em 23 de setembro, ambos tiveram o pedido negado, ao passo que o advogado João Paulo Calves, o terceiro preso na Papiros de Lama, foi liberado.

A decisão da ministra do STJ deve vigorar até o fim do recesso do Poder Judiciário, em janeiro. Com isso, o ex-governador e seu filho passarão as festas de final de ano com suas famílias. “O habeas corpus é temporário. Quando voltar do recesso vão julgar o mérito”, antecipou Siufi.

Puccinelli é apontado como figura central nas investigações da Lama Asfáltica, que apuram fraudes, desvios e superfaturamentos que podem ter causado prejuízo superior a R$ 500 milhões ao Estado, conforme o Ministério Público e a Polícia Federal. Na Papiros de Lama, apurou-se o uso do Instituto Ícone como destinatário de propinas e desvios destinadas ao ex-governador. Registrado em nome de Calves, a empresa pertenceria de fato a Puccinelli Junior, segundo as apurações. A defesa dos investigados nega as práticas.

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