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Política

Sem perícia e novo atestado, Claudinho tem 8 faltas e está prestes a ser cassado

Se o vereador afastado não comparecer a 10 sessões sem justificativa ele poderá perder a vaga

Por Fernanda Palheta e Caroline Maldonado | 15/10/2024 10:43
Claudinho Serra em plenário durante sessão da Câmara de Campo Grande (Foto: CMCG/Divulgação)
Claudinho Serra em plenário durante sessão da Câmara de Campo Grande (Foto: CMCG/Divulgação)

O atestado médico que deu mais 30 dias licença para vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, Claudinho Serra (PSDB), principal alvo da Operação Tromper, venceu no último sábado (12). Sem perícia para validar o afastamento, o tucano soma 8 faltas não justificadas na Câmara Municipal de Campo Grande e pode perder seu mandato.

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O vereador Claudinho Serra (PSDB), alvo da Operação Tromper, pode perder seu mandato na Câmara Municipal de Campo Grande devido a 8 faltas não justificadas. Seu atestado médico de 30 dias venceu no último sábado, e a perícia para validar o afastamento não foi realizada. O presidente da Câmara, Carlão (PSB), anunciou que, caso Claudinho complete as 10 faltas previstas, abrirá processo de cassação. O prazo final para ele retornar à Câmara é terça-feira (22). Serra está afastado desde abril, após ser preso na Operação Tromper, que desvendou um esquema de corrupção em licitações na Prefeitura de Sidrolândia. Ele foi denunciado por associação criminosa, fraudes em contratos e licitações, peculato e corrupção passiva.

O presidente da Casa de Leis, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), anunciou nesta terça-feira (15) que se Claudinho completar as 10 faltas previstas no regimento interno, ele irá abrir processo de cassação. “O atestado só tem validade para nós se passar na perícia. Ele tem que ir no IMPCG [Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande] fazer o laudo, como ele não passou ainda na perícia, o atestado dele não vale”, detalhou Carlão.

Como o último atestado foi superior a 15 dias, a empresa, no caso em questão, a Câmara Municipal, passa o pagamento para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Com irregularidade no afastamento, o tucano está a 15 dias sem receber o salário. O valor do benefício, no geral, é de 91% sobre a média de 80% de seus maiores salários de contribuição.

O prazo final para Claudinho voltar para a Câmara Municipal é a próxima quinta-feira (17). A partir da sessão seguinte, no dia 22 de outubro, o processo de cassação pode ser aberto. Carlão ainda contou que a equipe do tucano foi procurada e alertada sobre o vencimento do prazo, mas não tiveram retorno. “Eles falam que estão vendo”, disse.

Na próxima semana, o suplente, vereador Gian Sandim (PSDB), não deverá comparecer na sessão. Caso o mandato de Claudinho seja cassado, Gian será convocado e assumirá como titular da vaga

Afastado – Claudinho foi afastado em abril deste ano, quando foi preso no dia 3 de abril, alvo da 3ª fase da Operação Tromper, que desvendou esquema de corrupção por meio de fraude em licitações para a obtenção de contratos milionários com a Prefeitura de Sidrolândia.

Desde então, ele emendou atestados e licenças. Seu primeiro atestado de 30 dias, depois, Serra recorreu à licença de interesse particular, não remunerada, pelo prazo de 120 dias. E no dia 13 de setembro apresentou o último atestado médico.

O número do CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) não foi divulgado, mas a informação é que se trata de um atestado psiquiátrico.

Alvo - O tucano, antes de ser vereador na Capital, foi secretário de Fazenda no município do interior governado pela sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP). O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou 22 pessoas por envolvimento no esquema fraudulento. A acusação alega que o grupo tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”.

Na lista de investigados estão os três considerados chefes do esquema: Claudinho Serra, o empresário Ricardo José Rocamora Alves e Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”.

Na denúncia ofertada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e 3ª promotoria de Sidrolândia, Claudinho Serra foi denunciado por associação criminosa, fraudes em contrato e em licitação pública, peculato e corrupção passiva; Rocamora por fraude em licitação e corrupção ativa, assim como “Frescura”, também acusado de peculato.

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