De MS, expedição com 35 veículos parte até Chile para experimentar integração
No total, 108 pessoas "embarcaram" em Campo Grande para percorrer 2,5 mil quilômetros
A empolgação toma conta do grupo de autoridades, pesquisadores e empresários, que embarcam, na manhã desta sexta-feira (24), em Campo Grande rumo a Porto Murtinho, de onde seguirão para o Chile, na terceira Expedição da Rila (Rota de Integração Latino-Americana). São 108 pessoas em 35 caminhonetes que vão rodar 2,5 mil quilômetros, incluindo a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck.
Antes de sair, todos se reuniram na concessionária Discautol, na Avenida Afonso Pena. A rota é um caminho que se abrirá comercialmente, quando ficar pronta a ponte sobre o Rio Paraguai, entre a cidade paraguaia Carmelo Peralta e Porto Murtinho, encurtando o destino das exportações à Ásia. A obra começou em dezembro de 2021 e deve terminar em 2025.
Também participam da viagem o presidente do Setlog MS (Sindicato das Empresas de Transportes e Cargas e Logísticas de MS), Cláudio Cavol, e o diretor do Sest/Senat (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte).
Verruck destaca que o foco será ouvir quem mora e trabalha nos municípios para assim aprimorar os projetos que envolvem o plano de desenvolvimento vinculado ao caminho que se abre com a ponte.
“A gente quer olhar também como é que está a percepção das pessoas ao longo da Rota, como é que os municípios, esses prefeitos estão percebendo essa Rota, que praticamente daqui a dois anos vai estar em operação e também as dificuldades. Temos uma série de desafios, vamos olhar a questão de alfândega, a questão de migração, a questão de obras ainda necessárias, como acabamos de mostrar aqui na Argentina, onde nós temos pontes ainda só de passar um veículo, quer dizer, a rota não tem como exportar a partir daí”, comentou o secretário.
Para a prefeita, a viagem é um marco na história do desenvolvimento de Campo Grande, pois o mercado consumidor na rota tem em torno de 20 milhões de pessoas.
“Nós acreditamos que é um novo tempo para a economia da Capital. A expectativa de melhorias é para os próximos dias, não são anos, porque o Chile já está aqui, nós já estamos exportando a nossa carne. Então, quando a gente começa a realizar essas exportações, novos negócios, nós acreditamos que o desenvolvimento vai gerar novas oportunidades de emprego para Campo Grande e nós vamos avançar muito”, disse Adriane.
Fazendo o trajeto pela primeira vez, o diretor do Sest/Senat quer avaliar todo o trajeto que vai ser percorrido pelos motoristas, quando a ponte estiver pronta para formular treinamentos e qualificá-los para a realidade que eles irão enfrentar.
“Teremos inclusive a preparação de um curso de espanhol básico para que os motoristas consigam chegar e se comunicar nas aduaneiras, verificar a questão de documentação, quais são os entraves que eles vão enfrentar para que a gente possa direcioná-los da melhor forma possível”, detalhou Herivelto.
Programação - No sábado (25), o comboio formado por empresários, autoridades e pela imprensa vão visitar o canteiro de obras da Ponte Internacional Bioceânica que ligará Porto Murtinho ao Distrito paraguaio de Carmelo Peralta, obra realizada pela Itaipu Binacional e que já está com 40% da estrutura concluída.
Às 12h haverá encontro em Porto Murtinho com a ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o governador Eduardo Riedel (PSDB). Depois, eles seguirão pelo Chaco Paraguaio até Loma Plata, onde encontrarão autoridades locais.
No domingo (26), seguem para Mariscal Estigaribia, Poso Hondo e entram na cidade Argentina de Tartagal, seguem para San Salvador de Jujuy, onde pernoitarão. Dia 27 (segunda-feira) seguem para a fronteira com o Chile, em Passo de Jama até San Pedro do Atacama. Dia 28 (terça-feira), o comboio vai para Iquique e onde devem encontrar a carga de carne bovina que foi embarcada em Mato Grosso do Sul.
Na quarta-feira (29), a comitiva irá participar do 4º Foro de Los Territorios Subnacionales del corredor Bioceánico Capricornio onde encontrarão com 600 empresários chineses e também com bolivianos, argentinos, paraguaios e chilenos.
Na quinta-feira (30), eles seguem para Salta. Na sexta-feira (1º), eles participarão de uma agenda oficial com autoridades locais e participarão de uma Rodada de negócios. No mesmo dia, eles terão também uma agenda oficial com autoridades de San Salvador de Jujuy.
No sábado (2), o comboio segue para Asunción, onde ficarão até o dia 4 e terão uma agenda oficial e pernoitarão em Ponta Porã. O retorno previsto em Campo Grande será dia 5.
Ponte - A edificação tem investimento de 82 milhões de dólares. A ponte terá 1,3 mil metros, com um vão de 360 metros sobre o rio e altura de 22 metros.
Hoje, os navios com produtos para exportação que saem do Porto de Santos percorrem 24,1 mil quilômetros, dando a volta na América Latina para deixar o Oceano Atlântico e chegar ao Pacífico, onde seguem para a China, o país que mais compra produtos agropecuários de Mato Grosso do Sul.
Com a ponte, as cargas virão por rodovia e seguirão pelo Paraguai, Argentina e Chile até chegar a dois portos do Chile, de onde partem de navio para a Ásia. O percurso vai cair para 18,6 mil km. A economia com a logística deve deixar os produtos com preços mais competitivos no mercado.
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