Mato Grosso do Sul registra sete mortes violentas de pessoas LGBTQIA+
Dados são da organização Grupo Gay da Bahia, mais antiga entidade que luta pelos direitos LGBTs no Brasil
Em 2023, sete mortes de pessoas LGBTQIA+ tiveram morte violenta em Mato Grosso do Sul. O dado coloca o Estado, junto com o Espírito Santo como responsável por 2,72% das mortes dessa população em todo Brasil. São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará são os cinco primeiros com mais casos com 34, 30, 28, 22 e 21 mortes conforme dados do GGB (Grupo Gay da Bahia), mais antiga organização sobre direitos LGBT do País.
Um dos casos de MS e com maior repercussão foi do jovem Danilo Cezar de Jesus Santos, então com 29 anos de idade quando foi morto por morador de rua em março do ano passado. Railson de Melo Ponte, 27 anos, conhecido como “Maranhão” é usuário de drogas e pessoa que morava nas ruas e foi indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar) pela Polícia Civil.
Na época, segundo polícia entendeu que Railson e Danilo saíram juntos, na manhã do dia 5 de março, um domingo, para programa sexual. Ao cobrar R$ 50,00 e vítima oferecer um Pix, o morador de rua “se enfurece” e “desfere um golpe popularmente conhecido por ‘mata-leão’, matando Danilo”, diz o relatório, completando que sem dinheiro em espécie, morador de rua não conseguiria comprar entorpecentes.
Para o delegado então responsável pelo caso, José Roberto de Oliveira Júnior, Railson agiu “por motivo torpe”. Ele aponta elementos de ódio a homossexuais na conduta do assassino, como, por exemplo, o fato de Railson frisar que “nunca manteve relação sexual com outro homem (demonstrando homofobia em suas palavras)”. Railson continua preso e responde por homicídio qualificado na 2ª Vara do Tribunal do Júri.
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