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Cidades

Violência contra população homossexual aumenta 200% entre 2020 e 2021 em MS

De dois homicídios praticados em 2020 em Mato Grosso do Sul, o registro foi de seis no ano passado

Lucia Morel | 29/06/2022 17:59
Camila Ferreira, em 2021, foi sequestrada e violentada por ser mulher trans. (Foto: Arquivo pessoal)
Camila Ferreira, em 2021, foi sequestrada e violentada por ser mulher trans. (Foto: Arquivo pessoal)

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela aumento de 200% na violência contra a população LGBTQI+. De dois homicídios praticados em 2020 em Mato Grosso do Sul, o registro foi de seis no ano passado. Casos de estupro subiram de três para nove. Já a quantidade de registros de lesão corporal dolosa mostrou-se quase inalterada com 32 e 34 casos, respectivamente.

Com relação a ocorrências de racismo por homofobia ou transfobia, houve queda, com oito caso em 2020 e seis em 2021. Redução de 25,8%. Registros de injúria racial também apresentaram decréscimo, com 305 e 298 casos em 2020 e em 2021 (-3,3%), já de racismo, houve aumento de 19,8%, com 19 ocorrências há dois anos e 23 no ano passado.

Um dos casos mais emblemáticos no Estado foi da mulher transexual Camila Ferreira, 54 anos, que em junho do ano passado foi sequestrada, feita refém e violentada sexualmente por dois homens, em Campo Grande. Ela ainda foi agredida e ainda teria sido obrigada a praticar relações sexuais com um cachorro, durante o ataque.

Conforme análise do levantamento, “uma hipótese para o fenômeno observado e a de que o aumento dos registros de racismo refletiria o aumento do debate público em torno das temáticas raciais e LGBTQI+. Por uma via, pessoas mais conscientes acerca de seu direito à não-discriminação tendem a se tornar mais dispostas a reivindicá-lo formalmente. Por outra, a existência de um crescente debate em torno do racismo faz com que aumente a esperança das vítimas de terem sua reivindicação por não-discriminação devidamente formalizada e atendida pelos sistemas de segurança pública e justiça”.

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