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Capital

Apesar de registro na Polícia Civil, morte de pistoleiro é investigada pela PM

Yan Lucas Marinho da Silva Pereira, 22 anos, morreu em confronto com militares dia 29 de junho deste ano

Ana Paula Chuva e Antonio Bispo | 05/07/2023 17:14
Yan era suspeito de envolvimento em ao menso 10 homicídios na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)
Yan era suspeito de envolvimento em ao menso 10 homicídios na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)

Apesar do boletim de ocorrência ter sido registrado na 4ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, a morte do pistoleiro Yan Lucas Marinho da Silva Pereira, 22 anos, está sendo investigada pela Polícia Militar. O crime aconteceu no dia 29 de junho deste ano, no Bairro Moreninhas, em Campo Grande, após confronto com militares.

Yan é suspeito de envolvimento em ao menos dez homicídios ocorridos na Capital. Um deles em abril este ano, quando Iago de Oliveira Amorim foi executado com 50 tiros no Bairro Aero Rancho. O autor dos disparos e um comparsa estavam em uma motocicleta Honda CB de cor preta, mesmo modelo usado pelo rapaz morto no confronto.

Conforme apurou o Campo Grande News, apesar de o caso ter sido registrado na Polícia Civil, a investigação da morte do pistoleiro está sendo feita pela própria Polícia Militar, por conta de uma determinação da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), desde dezembro de 2021.

A orientação, a qual a reportagem teve acesso em outubro de 2022, seria de que apuração por meio de procedimento criminal próprio, em ações que envolvam servidores militares em decorrência de intervenção policial, com resultado de morte de civil, cabe à Corregedoria da Polícia Militar.

Na ocasião, a Sejusp informou que a Polícia Civil era quem investigava o crime e a conduta dos policiais seria apurada por meio de processo administrativo ou inquérito da própria instituição, neste caso a Polícia Militar. No entanto, hoje a corporação confirmou estar investigando a morte de Yan na última semana, mas ainda não há nenhuma informação a ser divulgada.

Segundo apurado pelo Campo Grande News, o corpo de Yan foi retirado do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) da Capital no dia 2 de julho, por uma equipe funerária que não é de Mato Grosso do Sul.

Armas, munições, balaclava e colete apreendidos na casa onde Yan morava. (Foto: Henrique Kawaminami)
Armas, munições, balaclava e colete apreendidos na casa onde Yan morava. (Foto: Henrique Kawaminami)

Confronto - A PM informou que estava em diligências no bairro, no âmbito da Operação Saturação, no início da manhã, quando viu Yan em uma motocicleta Honda Twister, cor preta. Ao se aproximar, ele fugiu em alta velocidade e foi perseguido pelos policiais. No trajeto, passou a disparar contra a viatura com uma pistola 9 mm e depois de cinco quadras, entrou em uma casa, na Rua Camaçari com a Ayrton Sena.

De lá, continuou a disparar, mas mudou a arma, dessa vez usou uma escopeta. Os policiais reagiram e atingiram Yan quatro vezes. Ele foi socorrido pelos próprios militares e levado à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro, onde não resistiu e morreu. Na casa, a polícia encontrou porções de cocaína e maconha, colete à prova de balas, balaclava e armas. No trajeto da perseguição, também foram apreendidas cápsulas de pistola 9 mm.

Conforme o delegado João Cleber Dorneles, equipe da PM fazia rondas no início da manhã e receberam a informação de que um rapaz, responsável por alguns homicídios, estaria morando na região. Eles então viram Yan, com as mesmas características do suspeito, e decidiram fazer a abordagem.

“Eles ficaram de olho na moto preta e quando o rapaz passou por ele no veículo, tentaram abordar para saber se seria ele ou não, mas ele fugiu e aí começou o confronto. A perícia não achou nada durante as buscas e agora tudo será investigado, porque ele é suspeito de vários outros homicídios em várias regiões”, declarou o delegado.

A motocicleta Honda CB preta, em nome de um rapaz que seria morador do Bairro Guanandi, foi apreendida. E o Fiat Palio que estava na casa, com placas de Sapezal (MT), ficou com os proprietários da residência.

Carro e motocicleta na casa onde suspeito foi executado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Carro e motocicleta na casa onde suspeito foi executado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Homicídios - Segundo a Polícia Militar, Yan é de São Gonçalo, do Rio de Janeiro, e estava em Campo Grande para pistolagem. Vários assassinatos cometidos com muitos tiros, de forma bastante violenta.

Entre os 10 homicídios recentes, está também o de Renan de Camargo Cândido, 23 anos, executado com 16 tiros, na noite do dia 4 de março deste ano, na esquina de casa. Ele também é apontado por envolvimento no homicídio de Victor Mergareno Benvindo, de 18 anos, a tiros de pistola 9 mm, na Rua Ranulfo Correa, esquina com a Luís Louzinha, na Vila Nhanhá.

O crime ocorreu também no dia 4 de março. Em ambos os casos, os atiradores estavam em uma motocicleta preta. Nesses dois casos, em comum ambos eram investigados com tráfico de drogas. Outro assassinato seria do açougueiro Aurélio Francisco, o “Corumbá”, de 51 anos, no dia 27 de março, nas Moreninhas, mesmo mês das outras vítimas.

O comerciante morreu com 12 tiros. Ainda, segundo a polícia, há crimes atribuídos a ele nos Bairros Nova Lima e Centenário. Yan também responde por uma tentativa de homicídio em Cruzeiro do Sul, no Acre. E aparece como réu em um processo por furto, na cidade de Rio Branco, capital daquele estado.

Viaturas da Polícia Militar em frente a casa onde Yan morava. (Foto: Henrique Kawaminami)
Viaturas da Polícia Militar em frente a casa onde Yan morava. (Foto: Henrique Kawaminami)

 * Colaborou Silvia Frias.

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