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Capital

Desembargador investigado pela PF também é afastado da vice-presidência do TRE

Sideni Soncini Pimentel ocupava, ainda, a Corregedoria Regional Eleitoral

Por Silvia Frias | 25/10/2024 09:09
Operação fez buscas no TJMS, nas salas dos desembargadores e dos servidores investigados (Foto: Henrique Kawaminami)
Operação fez buscas no TJMS, nas salas dos desembargadores e dos servidores investigados (Foto: Henrique Kawaminami)

O desembargador do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) Sideni Soncini Pimentel, que ocupava a vice-presidência do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de MS), foi afastado da função no órgão eleitoral, em extensão automática da decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

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O desembargador Sideni Soncini Pimentel, vice-presidente do TRE-MS, foi afastado do cargo em decorrência da Operação Ultima Ratio, que investiga um esquema de corrupção e venda de sentenças no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul. A decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) também suspendeu outros quatro desembargadores do TJMS, incluindo o presidente da Corte, e determinou o uso de tornozeleiras eletrônicas por 180 dias. A investigação aponta relações "cruzadas" entre os filhos de um dos desembargadores afastados e Sideni Pimentel, levantando suspeitas de favorecimento em ações judiciais. A PF encontrou indícios de irregularidades em transações financeiras e em um negócio de compra de gado entre Pimentel e os filhos do desembargador Vladimir Abreu da Silva.

Ontem (24), o afastamento de Pimentel, por determinação do ministro Francisco Falcão, é consequência da Operação Ultima Ratio, que apura esquema de corrução e venda de sentenças no Poder Judiciário de MS.

Segundo informação do TRE, o afastamento da vice-presidência foi automático, assim como da titularidade da Corregedoria Regional Eleitoral. Em substituição, o desembargador Luiz Tadeu da Costa ocupa as funções no Tribunal Eleitoral.

Sideni Soncini Pimentel foi um dos cinco desembargadores do TJMS afastados da função por decisão do STJ. Além dele, foram suspensos Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Marcos José de Brito Rodrigues e Sérgio Fernandes Martins, o último, presidente da Corte. Pimentel foi eleito para o biênio 2025/2026.

O STJ determinou, ainda, que eles passem a utilizar tornozeleira eletrônica por 180 dias e estão proibidos de terem contato com servidores do TJ. Essas medidas cautelares também valem para o conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul), Osmar Jeronymo e para sobrinho dele, Danillo Moya Jeronymo, servidor do TJ.

Na operação, foram cumpridos 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e São Paulo (SP).

Relações - A investigação aponta uma relação “cruzada” entre Ana Carolina Machado Abreu da Silva e Marcus Vinícius Machado Abreu da Silva, filhos de Vladimir Abreu da Silva, com Sideni Pimentel, e do filho de Sideni, Rodrigo Pimentel, também advogado, de modo que os escritórios dos filhos teriam vantagens em ações judiciais na mão do desembargador colega do pai.

A suspeita é fundamentada com vários registros de movimentação bancária, quebra de sigilo telemático, negócios entre os filhos e os pais e até o fato de o escritório de Ana Carolina e Marcus ficar no mesmo prédio do de Rodrigo Pimentel.

Um dos trechos da investigação mostra um negócio suspeito entre Ana Carolina e Marcus e Sideni Pimentel. Em 2019, os irmãos teriam comprado 102 cabeças de gado do desembargador no valor de R$ 112.467,04. A PF averiguou que foram emitidas cinco notas fiscais pelo magistrado para esta venda.

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