Dia termina com homenagens: com música, viúva atende pedido do marido que se foi

“Quando bater a saudade
Olha aqui pra cima
Sabe lá no céu aquela estrelinha
Que eu muitas vezes mostrei pra você?

Hoje é minha morada
A minha casinha
Mesmo que de longe tão pequenininha
Ela brilha mais toda vez que te vê”

Foi ao som de “Estrelinha”, de Paullo e Paulino, que Cleia Maria de Jesus, de 43 anos, homenageava e se sentia mais próxima do marido, morto há seis meses. Colocar a música para tocar no túmulo era um pedido dele ainda em vida durante os nove anos de casados.

Emocionada, Cleia conta que visita o túmulo do marido no Cemitério Park Monte das Oliveiras sempre no dia 24 de cada mês, um dia depois da data de morte. Desta vez, optou em fazer a visita no Dia de Finados, já no período da tarde e sem hora para ir embora.

“A hora que sinto quando a saudade aperta eu venho. Perco a noção do tempo, nem sinto o sol”, diz. O marido morreu aos 51 anos por problemas cardíacos. Ela conta que são vários os momentos bons na lembrança, mas seguir sozinha tem sido difícil. “Sinto muito a falta dele”.

Janaína Aparecida da Silva, de 30 anos, levou os três filhos para visitarem o túmulo do tio, cunhado dela. Ele teve um abscesso cerebral há dois anos, consequência de um traumatismo craniano.

“Sempre reclamava de dores de cabeça, foi para o hospital e [os médicos] desenganaram”, mas diz que sempre que vai visitá-lo tenta deixar as “coisas positivas” por causa das crianças de 2, 10 e 13 anos. “Ele era apegado das crianças, como se fosse um segundo pai. Aproveitou bem a vida, isso que eu tento passar para os meus filhos”, diz.

A dona de casa Valquíria da Silva, de 53 anos, conta que passou por quatro cemitérios neste Dia de Finados. Andou pelo Santo Amaro, Santo Antônio, Memorial Park até chegar no Monte das Oliveiras para visitar a mãe, que faleceu há três anos.

“Todo Dia de Finados tenho a tradição de vir. Sempre lembro dos bons momentos e saio mais aliviada”, diz. “É muito importante manter essa memória viva”, completa.

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