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Capital

Em audiência sobre morte de Mayara, irmão de assassino mantém versão

Mayara Amaral foi morta a golpes de martelo no dia 25 de julho do ano passado. Luís foi preso dois dias depois e espera julgamento no Presídio de Trânsito de Campo Grande

Geisy Garnes e Guilherme Henri | 02/07/2018 18:32
Durante audiência, familiares pediram por justiça em frente ao Fórum (Foto: Guilherme Henri)
Durante audiência, familiares pediram por justiça em frente ao Fórum (Foto: Guilherme Henri)

O irmão de Luís Alberto Bastos Barbosa, de 29 anos –réu confesso da morte de Mayara Amaral– foi uma das testemunhas de acusação ouvidas durante a primeira audiência do caso na tarde desta segunda-feira (2), no Fórum de Campo Grande. Em depoimento, o rapaz confirmou a versão contada para a polícia na época do crime.

Matheus Luís Bastos Barbosa foi uma das testemunhas intimadas pelo MPE (Ministério Público Estadual) porque, durante as investigações do crime, revelou à polícia que no dia do desaparecimento da musicista o irmão passou o tarde com o carro dela em casa.

Diante do juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, ele confirmou a versão apresentada para a polícia em julho do ano passado e lembrou que o irmão mudou o comportamento quando começou a se envolver com Mayara. Segundo ele, Luís Alberto passou a ficar mais tempo no quarto, isolado da família.

Sentado na cadeira destinada aos réus, Luís ouviu o depoimento com os olhos cheios de lágrimas. Antes de sair da sala, no entanto, Matheus parou e bateu no ombro de irmão, que respondeu com uma piscadela antes de estender as mãos algemadas para um rápido cumprimento.

A mãe de Mayara também foi ouvida e, emocionada, lembrou da relação com a vítima, assassinada de forma brutal por Luís. Chorando muito, Ilda Cardoso contou que não conhecia o suspeito pessoalmente, mas que a filha sempre falava dele. No dia em que desapareceu, Mayara contou a mãe que iria se encontrar com o rapaz, segundo ela para um despedida.

Viagem – Ilda detalhou que o “namorado” iria viajar para o Rio Grande do Sul, onde faria um tratamento e por isso tinha prometido uma despedida à musicista. A mulher lembrou que Mayara estava a cinco dias de encontrar o professor da Unicamp com quem trabalharia na tese do doutorado.

“Ela estava no auge dela. Ela estava brilhando muito”, lamentou a Ilda. Abalada, ela contou que desde a morte de Mayara faz tratamento psicológico e vive a base de calmantes. Luís foi autorizado a acompanhar o depoimento, e ouviu as palavras da mãe da musicista de cabeça baixa.

Além dos parentes de Luís e Mayara, amigas do vítima também prestaram depoimento. Elas relataram que a relação entre os dois era abusiva e que já tinham orientado a musicista a terminar o romance. Enquanto os testemunhas eram ouvidas, familiares da jovem protestavam do lado de fora. Com faixas nas mãos pediram por justiça e pela condenação perpétua do réu.

Nesta segunda-feira, sete pessoas foram ouvidas e três testemunhas não compareceram ao fórum - dois policiais civis envolvidos na investigação e a funcionária do hotel em que a vítima foi assassinada. Como o MPE insistiu no depoimento dos três, eles serão novamente intimados para a próxima audiência, marcada para o dia 30 de julho. Na data, quatro testemunhas de defesa também serão ouvidas.

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