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Capital

Juiz não decide sobre flagrante, mas assassino de pecuarista continuará preso

Pedro Benhur passou por audiência, mas juiz de custódia disse que prisão será definida por outro magistrado

Silvia Frias | 03/08/2022 10:47
Pedro Benhur quando foi transferido de Dourados para delegacia em Campo Grande. (Foto: Adilson Domingos)
Pedro Benhur quando foi transferido de Dourados para delegacia em Campo Grande. (Foto: Adilson Domingos)

Pedro Benhur Ciardulo, 20 anos, preso por ter matado a pecuarista Andreia Aquino Flores, 38 anos, vai permanecer na Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) em Campo Grande. Hoje, na audiência de custódia, o juiz não converteu a detenção em flagrante em preventiva.

A audiência de custódia deve ser realizada em prazo de 24 horas após a prisão em flagrante, para que o juiz avalia a legalidade do procedimento e a necessidade da detenção em preventiva, ou seja, a que não tem prazo para acabar.

Pedro Benhur foi preso no dia 1º de agosto, em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande, para onde fugiu depois de matar a pecuarista por asfixia, no dia 28 de julho, em um condomínio de luxo no Bairro Chácara Cachoeira, na Capital.

Andreia Aquino Flores em foto como pai, também falecido. (Foto/Reprodução)
Andreia Aquino Flores em foto como pai, também falecido. (Foto/Reprodução)

Esta manhã, segundo o advogado Pablo Neves Chaves, foi pedida a concessão de liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica. A alegação dele e do colega de defesa, Bruno Eduardo Ferreira de Souza, é que o rapaz tem residência fixa, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande e família, sendo esposa e filha de 3 anos.

No relatório psicossocial, consta que ele não tem atividade produtiva recente e reportou uso de maconha, sendo que ele acredita “que consegue controlar o uso”.

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu pela conversão do flagrante em prisão preventiva.

Segundo o advogado, o juiz de custódia, Carlos Alberto Garcete, não avaliou nem o pedido do MPMS, nem da defesa de Benhur. O magistrado determinou que o pedido seja encaminhado ao juiz competente do caso, ainda a ser designado depois que a denúncia do MPMS for distribuída na Justiça.

“(...) Não cabe por esse juízo a análise da manutenção ou não prisão, posto que não emana da Autoridade Policial em flagrante delito, limitado o presente ato a verificação da preservação dos direitos constitucionais do custodiado. Isto posto, preenchidos os requisitos legais e assegurados os direitos constitucionais do preso, DETERMINO A REMESSA, com urgência, do presente procedimento para a Vara de Origem a fim de tomar conhecimento do cumprimento da ordem de prisão e adotar as providências que entender cabíveis (...), diz o despacho.

Regularmente, o preso permanece na delegacia em casos que ainda há desdobramentos da investigação.

Pelo inquérito, preliminarmente, o caso está enquadrado como latrocínio, sendo encaminhado para alguma das Varas Criminais de Campo Grande.

O advogado disse que ainda não teve acesso ao inquérito para avaliar qual medida jurídica será tomada.

Além de Pedro Benhur, estão presas pelo crime mãe e filha, Lucimara Rosa Neves, 43 anos, e Jessica Neves Antunes, 24 anos, que trabalhavam para a pecuarista. A investigação apurou que elas arquitetaram plano para roubar a patroa.

O rapaz, cunhado de Lucimara, foi chamado por elas para simular o roubo, mas a ação saiu do controle e Andreia foi morta por asfixia. No caso de Lucimara e Jessica, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva e as duas foram levadas ao presídio Irmã Irma Zorzi, na Capital.

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