Réu por receptação em caso de Mayara Amaral é excluído de júri
Anderson Sanches responde por ter comprado o carro da musicista depois que ela foi assassinada por Luís Alberto Bastos Barbosa
Anderson Sanches Pereira, réu no processo da musicista Mayara Amaral por receptação, foi excluído do júri popular que aconteceria na sexta-feira, dia 29 de março, no plenário da 2ª Vara do Tribunal do Júri. Agora, Luís Alberto Bastos Barbosa, assassino confesso da jovem de 27 anos, irá a julgamento sozinho.
Em julho de 2017 a suposta confissão de Luís Alberto levou Anderson e Ronaldo da Silva Olmedo, o “Cachorrão” para a prisão. Dias depois, o réu mudou o primeiro depoimento e afirmou ter cometido o crime sozinho.
Anderson passou a responder por receptação, já que comprou o carro de Mayara, um Gol modelo antigo, logo depois do crime por R$ 1 mil. Ainda assim esperou por quase três semanas preso, primeiro em celas de Derf (Delegacia Especializada de Roubo e Furto) e depois do Presídio de Trânsito de Campo Grande, até que a liberdade de fato viesse.
Ao longo de 2018 respondeu pelo crime de receptação no mesmo processo em que Luís Alberto é acusado de homicídio qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
O julgamento dos dois também aconteceria no mesmo dia - na sexta-feira, dia 29 de março - mas considerando que o crime de Anderson é de menor potencial ofensivo, com pena máxima de um ano, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a suspensão condicional do processo.
No dia 15 de março a audiência foi marcada e nesta tarde, há apenas quatro dias do julgamento, o juiz Aluízio Pereira dos Santos confirmou que Anderson não vai a júri. Segundo a decisão, por dois anos ele cumprirá medida cautelar, vai se apresentar todo mês a justiça e não poderá sair de Campo Grande por mais de oito dias sem autorização judicial.
Após a sentença, Anderson deixou a sala de audiência ao lado do advogado, Ilton Hasimoto. “Ainda vou pagar por algo que não era para ter acontecido”, lamentou. Segundo ele, o desejo agora é pedir pela reparação dos dias em que ficou preso acusado de um crime que não cometeu, o de latrocínio.
Trabalhando hoje como DJ, Anderson conta que a profissão veio da falta de oportunidade, já que por conta do episódio não consegue emprego com carteira assinada. “Consegui comprar o equipamento depois que vendi um carro velho que eu tinha e agora trabalho como autônomo, em festas”, explicou.
Na sexta-feira Luís Alberto vai a júri sozinho. Em depoimento a justiça alegou que matou Mayara no dia 25 de julho durante uma “briga besta”, regada com muito álcool e uso excessivo de droga em um motel. O corpo da musicista foi encontrado no dia seguinte, carbonizado em uma estrada vicinal na região do Inferninho, na saída de Campo Grande para Rochedo.