Força-tarefa contra fraude milionária mira dono de frigorífico e familiares
O empresário José Carlos Lopes, mais conhecido como Zeca Lopes, é um dos principais alvos da Operação Labirinto de Creta, deflagrada na manhã desta sexta-feira (28). Ele é dono do frigorífico Frigolop, localizado em Terenos – a 25 km de Campo Grande.
Equipes da força-tarefa, formada por policiais federais e integrantes do MPF (Ministério Público Federal) e Receita Federal, cumpriram mandados de busca na casa do empresário – que fica no Jardim São Bento –, da filha dele – localizada no residencial Dahma 1 –, no escritório do genro dele. Estiveram ainda no frigorífico e no escritório de Zeca Lopes, no edifício comercial Evidence Prime Office.
Por volta das 6h, conforme apurou o Campo Grande News, policiais chegaram ao residencial Dahma e procuravam por Juliana Lopes Peró, filha de Zeca Lopes. Ao mesmo tempo, um equipe chegou a um escritório de advocacia no Parque dos Poderes que pertence a Fernando Peró, casado com Juliana.
Com a ajuda de um chaveiro, agentes entraram ainda na sala 1706 que fica no último andar do Evidence, nos altos da avenida Afonso Pena, segundo confirmaram funcionários do condomínio de escritórios. Durante as buscas, segundo empregados, duas funcionários, sendo uma delas supostamente a filha de Zeca Lopes, ficaram dentro do escritório.
Empregados do frigorífico também confirmaram que a PF fazia varredura no setor administrativo da empresa durante a manhã.
A defesa do Zeca Lopes informou que acompanha o cumprimento dos mandados de busca e apreensão na residência e empresas do cliente. Por ordem do juiz Odilon Oliveira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, foram apreendidos documentos e objetos de valor, como carros de luxo.
“Vamos tomar conhecimento do pedido do Ministério Público Federal, da decisão da 3ª Vara e dos documentos da investigação para avaliar a melhor medida”, afirma o advogado José Belga Trad.
Operação – A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a 2ª fase da Labirinto de Creta para desarticular organização criminosa que fraudou o Fisco em cerca de R$ 350 milhões. Também participam da ação a Receita Federal e o Ministério Público Federal. O alvo é um grupo do ramo de frigoríficos.
Os crimes investigados são: sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica, estelionato qualificado, fraudes previdenciárias e lavagem de dinheiro.
No total, serão cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e empresas ligadas e vinculadas a organização criminosa, nas cidades de Terenos, Campo Grande e São Paulo.
Segundo a Polícia Federal, a força-tarefa foi montada para combater organização criminosas que usam empresas para a sonegação de altos valores, o não pagamento de obrigações previdenciárias e burla direitos trabalhistas de empregados.
A primeira fase da operação ocorreu em 2014, quando o foco foi outro grupo empresarial, também no ramo frigorifico. A PF divulgou ainda que um dos envolvidos, empresário do ramo, foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro.
Exploração sexual – Por decisão do juiz da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira, que acatou a denúncia do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o empresário José Carlos Lopes, dono do Frigorífico Frigolop, transformou-se em réu pelo envolvimento com exploração sexual de criança e adolescente, associação criminosa e estupro, em novembro de 2015.
O processo ainda tramita em segredo de justiça. O empresário nega participação no esquema e se diz vítima de armação.
O esquema é o mesmo cujo envolvimento do ex-vereador Alceu Bueno, outros políticos e empresários, foi revelado há dois anos.