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Interior

Brasileiro comparado a Escobar mandou matar carcereiro que impediu fuga

Agente penitenciário foi morto junto com o filho, em agosto deste ano, por pistoleiro paraguaio preso sábado e dois brasileiros, ainda foragidos

Helio de Freitas, de Dourados | 08/09/2016 11:24
Sede do grupo especializado da polícia paraguaia, onde Pavão está preso (Foto: ABC Color)
Sede do grupo especializado da polícia paraguaia, onde Pavão está preso (Foto: ABC Color)
O brasileiro Jarvis Gimenes Pavão (Foto: ABC Color)
O brasileiro Jarvis Gimenes Pavão (Foto: ABC Color)

Preso há seis anos no Paraguai, o narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão passou a ser apontado como mentor de vários crimes no país vizinho. Assim como fazia o lendário narcotraficante colombiano Pablo Escobar, Pavão teria ordenado, mesmo atrás das grades, a execução do concorrente Jorge Rafaat Toumani e colocado a prêmio a cabeça do presidente do Paraguai Horácio Cartes.

Nesta quinta-feira (8), o brasileiro foi alvo de outra denúncia: é acusado de tramar a morte de um agente penitenciário paraguaio, que foi executado junto com o filho, no mês passado, em Assunção, onde Pavão está preso.

Em julho, o agente penitenciário Mario Lezcano Mereles, 48, tinha descoberto o plano de fuga que provocou a transferência de Jarvis Pavão da penitenciária de Tacumbú para a sede de um grupo especializado da polícia, por ordem direta do presidente daquele país. O plano de fuga envolvia até o uso de dinamite para explodir a muralha, mas o artefato foi descoberto antes.

Pavão e seu comparsa também culpavam o agente penitenciário pela descoberta da cela vip em que o traficante vivia com seus pistoleiros. O caso virou escândalo nacional e derrubou uma ministra de Estado.

Buscas na cela – Ontem, a Divisão de Investigação da Polícia Nacional do Paraguai fez buscas na cela do brasileiro Carlos Henrique Silva Candido Tavares, 36, que seria uma espécie de secretário direto de Jarvis Pavão e um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) no Paraguai.

Os dois brasileiros estão recolhidos desde o início de agosto na sede de um grupo especializado da polícia, na capital paraguaia.

De acordo com o jornal ABC Color, foi Carlos Tavares, a mando de Jarvis Pavão, que contratou o pistoleiro paraguaio Walter Dario Ayala, 23, para matar Mario Mereles e seu filho, Mario Alberto Lezcano, 26, no dia 24 de agosto no bairro San Isidro de Lambaré, em Assunção.

O pistoleiro paraguaio foi preso sábado (3) e confessou o crime. Ele agiu junto com outros dois criminosos brasileiros, que estão sendo procurados pela polícia paraguaia. Um deles seria Jonatan Rodrigo Lima.

A investigação revela que Ayala e o guarda da prisão sempre conversavam e o pistoleiro aproveitou essa situação para se aproximar de Mereles, com a desculpa que tinha uma arma para lhe oferecer.

Recrutado pelo PCC – Segundo policiais que atuam no caso, Carlos Tavares conheceu Walter Ayala na penitenciária de Tacumbú, onde o paraguaio foi recrutado para fazer parte do PCC. Tavares e Pavão também estavam no presídio, mas foram transferidos após a descoberta do plano de fuga. Ayala tinha saiu da prisão dois meses e oito dias antes da execução do agente penitenciário e seu filho.

Em outubro de 2014, Carlos Tavares e outros seis presos fugiram após cavar um túnel e pular o muro da cadeia estadual de Foz do Iguaçu (PR). Um mês depois, o brasileiro comandou um assalto com reféns na cidade paraguaia de Santa Rita, quando uma família inteira ficou na mira de armas por oito horas.

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