Justiça solta o 2° vereador preso por corrupção em operação da PF
A Justiça acatou o pedido de liberdade provisória do vereador Adriano José Silvério, preso no dia 8 de outubro durante a Operação Atenas, da Polícia Federal, que desvendou um esquema de corrupção na Câmara de Vereadores de Naviraí, a 366 quilômetros de Campo Grande. Entre as 10 pessoas presas, o vereador Silvério é o segundo a ganhar a liberdade.
Na semana passada, o parlamentar Carlos Alberto Sanches, o Carlão, conseguiu ser solto após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Cinco vereadores foram presos durante a ação da PF desencadeada em outubro.
Além de Adriano, enfrentam o mesmo processo de cassação os vereadores Cícero dos Santos, o Cicinho do PT, que continua preso em Naviraí, Marcus Douglas Miranda, que está em prisão domiciliar e Carlão.
De acordo com os autos, o juiz Paulo Roberto Cavasa de Almeida, da vara criminal de Naviraí, decidiu, ontem (19), que “o requerente reúne condições pessoais favoráveis, tais como residência fixa e ausência de antecedentes criminais”, o que justifica sua liberdade provisória.
Na decisão, o juíz argumenta também que o estado de saúde do vereador “requer cuidados, conforme documentação médica acostada no pedido ora analisado”. Silvério ficou internado por dois dias no hospital da Cassems, devido a uma crise de vesícula.
Antes de ser solto, o vereador prestou depoimento, na tarde desta sexta-feira, à Comissão Processante instalada pela Câmara do município para apurar a quebra de decoro por parte dos quatro parlamentares.
Outros- Elias Alves (Pros), Gean Carlos Volpato (PMDB) e Vanderlei Chagas (PR), já afastados da Câmara, enfrentam outra Comissão Processante, porque também foram transformados em réus na ação penal que investiga crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude em licitação e peculato. O processo deles, no entanto, começou depois e só deve ser concluído em janeiro.
Há duas semanas os vereadores de Naviraí vêm enfrentando pressão da população para acelerar a cassação dos acusados de envolvimento no esquema de corrupção desmontado pela Polícia Federal.
Moradores que foram à sessão do Legislativo na semana passada chegaram a pedir a cassação inclusive dos cinco denunciados pelo Ministério Público, mas que permanecem nos cargos porque a Justiça não aceitou a denúncia.
Entre eles estão o presidente, Moacir Andrade, e os membros das duas comissões processantes, exceto Márcio Scarlassara, que era suplente. A vereadora Solange Melo renunciou no dia 7 de novembro e também continua presa.