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Interior

Mais três vereadores e 22 testemunhas depõem sobre corrupção na Câmara

Presidente de Comissão Processante espera fazer sessão de julgamento ainda em fevereiro

Helio de Freitas, de Dourados | 10/02/2015 16:03
Luis Alberto Junior, Donizete Nogueira e Benedito Missias integram Comissão Processante (Foto: Edílson Oliveira/Sul News)
Luis Alberto Junior, Donizete Nogueira e Benedito Missias integram Comissão Processante (Foto: Edílson Oliveira/Sul News)

Os vereadores Elias Alves (Pros), Gean Carlos Volpato (PMDB) e Vanderlei Chagas (PR), afastados dos cargos desde novembro do ano passado após serem transformados em réus na ação penal da Operação Atenas, prestaram depoimento hoje à Comissão Processante da Câmara de Naviraí, cidade a 366 km de Campo Grande. Eles respondem a processo de cassação por quebra de decoro em decorrência das acusações de envolvimento com o esquema de corrupção desmontado pela Polícia Federal em outubro.

Impedidos de se aproximarem da sede do Legislativo, os três foram ouvidos de manhã, na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), pelo presidente da comissão, Luis Alberto Silva Junior (PT), pelo relator Donizete Nogueira (PSDB) e por Benedito Missias (PR). No período da tarde a comissão começou a ouvir os depoimentos das 22 testemunhas, que só devem ser concluídos nesta quarta-feira.

Ao Campo Grande News, Luis Alberto Junior informou que após os depoimentos haverá cinco dias para as alegações finais dos advogados de defesa e depois após esse prazo será apresentado à presidência da Câmara o relatório final, pedindo a cassação ou absolvição de Elias, Gean e Vanderlei. “A sessão de julgamento ainda não tem data marcada, mas é possível que ocorra ainda em fevereiro”, afirmou o presidente da comissão. A sessão de julgamento estava marcada para o dia 9 deste mês, mas teve de ser adiada depois que os três integrantes da Comissão Processante deixaram os cargos, na semana passada.

Réus por organização criminosa, os três vereadores, assim como os outros cinco que foram presos no dia 8 de outubro, dos quais três foram cassados e dois renunciaram – são acusados pelo Ministério Público e Polícia Federal de fazerem parte do esquema de corrupção montado na Câmara daquela cidade pelo ex-presidente do Legislativo, Cícero dos Santos, o Cicinho, que ontem obteve habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça) para deixar a prisão.

Elias Alves, Gean e Vanderlei não chegaram a ser presos, mas foram levados à delegacia para depoimento, assim como os outros cinco vereadores que apesar de denunciados pelo MP escaparam da ação penal. Atualmente tramita na Justiça um recurso do Ministério Público pedindo que esses cinco sejam transformados em réus. Se o recurso for aceito, eles também devem ser afastados dos cargos.

Sem a presidência – Elias Alves, conhecido na cidade como “Elias Construtor”, estaria presidindo a Câmara de Naviraí se não fosse a Operação Atenas. Em 2013, Cícero dos Santos convenceu os colegas a aprovarem alteração na Lei Orgânica do Município para antecipar em quase 20 meses a eleição da mesa diretora

Cícero queria ser reeleito e garantir mais dois anos à frente do Legislativo. Entretanto, o plano de Cicinho deu errado e Elias acabou vencendo a eleição. Mas não conseguiu assumir a cadeira, já que em novembro ele foi afastado da Câmara. A presidência continua de forma interina com Moacir Aparecido de Andrade (PTdoB). Uma nova eleição deve ser feita após a conclusão dos processos de cassação e pedidos de afastamento dos vereadores implicados na Operação Atenas.

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