MPF acompanha situação em área ocupada por indígenas e três continuam presos
O ministério verifica se houve ação ilegal da Polícia Militar ao retirá-los da área ontem
O MPF (Ministério Público Federal) está em Rio Brilhante acompanhando a situação dos indígenas em área de ocupação na Fazenda do Inho, chamada de retomada Laranjeira Nhanderu pelos povos tradicionais. Conforme advogado dos indígenas, Anderson Santos, o ministério verifica se houve ação ilegal da Polícia Militar ao retirá-los da área ontem.
Três nativos foram detidos, sendo eles o cacique Adalto Barbosa, a professora Clara Barbosa e um jovem identificado como Lucas, de 18 anos. Eles ainda estão presos na sede da delegacia da cidade e boletim de ocorrência contra eles foi registrado como resistência, desobediência e esbulho possessório.
Esta é a segunda vez em um ano que os indígenas ocupam a Fazenda Do Inho e são despejados pela polícia. Em 27 de fevereiro do ano passado, o grupo foi retirado à força pelo Batalhão de Choque, mesmo sem ordem judicial. Na época, o Cimi denunciou que três indígenas ficaram feridos por balas de borracha.
A fazenda pertence aos herdeiros de Raul das Neves. O filho dele, Raul das Neves Júnior, o Raulzinho, é presidente do Partido dos Trabalhadores em Rio Brilhante. A reportagem tentou falar com ele, mas o proprietário não se manifestou.