Paraguai diz que PCC tem "exército" em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero
Fontes do Ministério Público ouvidas pelo jornal ABC Color revelam que facção brasileira é dona da fronteira após morte de Rafaat
As autoridades paraguaias estão convictas de que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) assumiu totalmente o controle do tráfico de drogas e de armas na Linha Internacional entre o departamento de Amambay e Mato Grosso do Sul.
Fontes do Ministério Público paraguaio revelaram ao jornal ABC Color que após eliminar o antigo chefão da fronteira, Jorge Rafaat, em junho do ano passado, o PCC colocou pelo menos 200 homens em Ponta Porã e Pedro Juan Caballero para eliminar os concorrentes e assumir o controle total do fornecimento de maconha, cocaína, armas e munição para o Brasil.
De prontidão - Autoridades paraguaias que pedem para não serem identificadas temendo sofrer represália do crime organizado, afirmam que os “soldados” do PCC, fortemente armados, ficam escondidos em Ponta Porã e cidades de Amambay, aguardando ordens para fazer operações na fronteira.
“O certo é que após o assassinato de Jorge Rafaat Toumani, o PCC tomou o domínio do crime organizado na fronteira. Seus homens foram colocados em locais estratégicos, como as cidades paraguaias Capitán Bado, Bella Vista Norte e Pedro Juan Caballero”, afirma a fonte ao jornal ABC.
Cada membro do PCC teria suas obrigações bem definidas, segundo as autoridades paraguaias, que atualmente fazem um minucioso e secreto levantamento para descobrir os integrantes da facção nos presídios paraguaios e morando ilegalmente naquele país.
“Uma parte está designada especificamente ao tráfico de cocaína, armas e marihuana ao mercado brasileiro. Outro grupo se dedica a lavar o dinheiro obtido através da comercialização de drogas e armas”, revela a autoridade.
Para policiais e membros do Ministério Público paraguaio, não restam dúvidas que o PCC era o dono do carregamento de drogas e armas apreendido terça-feira (16) em Teodoro Sampaio (SP).
Os 4.619 quilos de maconha, 31 pistolas, três fuzis 7.62, quatro fuzis 5.56 e duas metralhadoras calibre 50 e farta munição saíram do Paraguai e foram enviados para Amambai, em Mato Grosso do Sul, antes de seguir para São Paulo.