Juíza gaúcha faz novo pedido para extraditar Pavão, preso no Paraguai
Pedido está sendo analisado pela Justiça paraguaia após provas de que Pavão continuava comandando narcotráfico, mesmo preso
O narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, 49, que está preso no Paraguai, onde cumpre sentença de oito anos de reclusão por lavagem de dinheiro, enfrenta mais um pedido de extradição para o Brasil, o quarto apresentado pela Justiça brasileira desde que ele foi capturado em sua fazenda perto de Mato Grosso do Sul, em 2009.
Natural de Ponta Porã, Pavão é apontado como um dos maiores chefes do tráfico de cocaína, que sai da Bolívia e do Peru e entra no Brasil pelo Paraguai. Ele também é acusado de ter planejado, junto com o PCC (Primeiro Comando da Capital), a execução do ex-sócio de crime, Jorge Rafaat Toumani, ocorrida em junho do ano passado, em Pedro Juan Caballero.
Desta vez, o pedido de extradição foi apresentado pela juíza Karina da Silva Cordeiro, da 7ª Vara Federal de Porto Alegre (RS). Para fundamentar o pedido, a magistrada alega que Pavão continuava gerenciando o envio de drogas para o Brasil no período em que esteve recolhido no presídio de Tacumbú, em Assunção.
Em julho de 2016, o brasileiro foi transferido do presídio para a sede de um grupo de elite da Polícia Nacional após o governo paraguaio descobrir que ele vivia em instalações luxuosas, construídas dentro da penitenciária. A cela tinha sala de reuniões, cozinha própria, banheiro e decoração com azulejo italiano.
Na manhã de hoje (4), a juíza paraguaia Lici Sánchez fez uma audiência na sede do grupo especializado, onde Pavão está recolhido, para identificação do réu.
Conforme a Justiça do Paraguai, os crimes que levaram ao novo pedido de extradição podem render uma pena de 33 anos ao criminoso brasileiro, por comercialização de drogas, associação criminosa e por tráfico internacional.
Como no Brasil as penas se acumulam, as condenações de Jarvis Pavão podem chegar a 50 anos de reclusão, já que o sul-mato-grossense já está condenado a 17 anos por narcotráfico, em Santa Catarina.
Assim como os outros três pedidos de extradição apresentados anteriormente, o processo encaminhado pela juíza gaúcha não tem previsão de quando será julgado pela Corte Suprema do Paraguai. A pena de Pavão no país vizinho termina em dezembro deste ano.