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Interior

Juíza gaúcha faz novo pedido para extraditar Pavão, preso no Paraguai

Pedido está sendo analisado pela Justiça paraguaia após provas de que Pavão continuava comandando narcotráfico, mesmo preso

Helio de Freitas, de Dourados | 04/05/2017 15:09
Jarvis Pavão, levado para audiência em Assunção, em março (Foto: ABC Color)
Jarvis Pavão, levado para audiência em Assunção, em março (Foto: ABC Color)

O narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenez Pavão, 49, que está preso no Paraguai, onde cumpre sentença de oito anos de reclusão por lavagem de dinheiro, enfrenta mais um pedido de extradição para o Brasil, o quarto apresentado pela Justiça brasileira desde que ele foi capturado em sua fazenda perto de Mato Grosso do Sul, em 2009.

Natural de Ponta Porã, Pavão é apontado como um dos maiores chefes do tráfico de cocaína, que sai da Bolívia e do Peru e entra no Brasil pelo Paraguai. Ele também é acusado de ter planejado, junto com o PCC (Primeiro Comando da Capital), a execução do ex-sócio de crime, Jorge Rafaat Toumani, ocorrida em junho do ano passado, em Pedro Juan Caballero.

Desta vez, o pedido de extradição foi apresentado pela juíza Karina da Silva Cordeiro, da 7ª Vara Federal de Porto Alegre (RS). Para fundamentar o pedido, a magistrada alega que Pavão continuava gerenciando o envio de drogas para o Brasil no período em que esteve recolhido no presídio de Tacumbú, em Assunção.

Em julho de 2016, o brasileiro foi transferido do presídio para a sede de um grupo de elite da Polícia Nacional após o governo paraguaio descobrir que ele vivia em instalações luxuosas, construídas dentro da penitenciária. A cela tinha sala de reuniões, cozinha própria, banheiro e decoração com azulejo italiano.

Na manhã de hoje (4), a juíza paraguaia Lici Sánchez fez uma audiência na sede do grupo especializado, onde Pavão está recolhido, para identificação do réu.

Conforme a Justiça do Paraguai, os crimes que levaram ao novo pedido de extradição podem render uma pena de 33 anos ao criminoso brasileiro, por comercialização de drogas, associação criminosa e por tráfico internacional.

Como no Brasil as penas se acumulam, as condenações de Jarvis Pavão podem chegar a 50 anos de reclusão, já que o sul-mato-grossense já está condenado a 17 anos por narcotráfico, em Santa Catarina.

Assim como os outros três pedidos de extradição apresentados anteriormente, o processo encaminhado pela juíza gaúcha não tem previsão de quando será julgado pela Corte Suprema do Paraguai. A pena de Pavão no país vizinho termina em dezembro deste ano.

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