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Interior

Sem explicação, desaparecimentos seguem como mistério na fronteira

Irmãos abordados pelo DOF em Ponta Porã estão desaparecidos há seis meses; dois douradenses sumiram há nove dias

Helio de Freitas, de Dourados | 15/02/2018 14:25
Momento em que irmãos Rodney e Ediney eram abordados por policiais do DOF, no dia 12 de agosto do ano passado (Foto: Arquivo)
Momento em que irmãos Rodney e Ediney eram abordados por policiais do DOF, no dia 12 de agosto do ano passado (Foto: Arquivo)

Os desaparecimentos sem explicação continuam na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Os mais recentes personagens são os douradenses o empresário Mauro Dias dos Santos, 56, e o caminhoneiro José Aparecido Rodrigues, o Goiaba, 57, desaparecidos há nove dias após viajarem para uma cidade da fronteira – Ponta Porã ou Amambai, já que familiares deles não sabem exatamente para onde eles foram.

Entretanto, há vários outros casos mais antigos que continuam sem explicação. Um deles envolve os irmãos Rodney Campos dos Santos, 27, e Edinei Bruno Ortiz Amorim, 20. Os dois sumiram no dia 12 de agosto após serem abordados no pátio de um posto de combustíveis de Ponta Porã por quatro policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira).

O Golf preto que eles usavam e que foi levado por três policiais com Edinei no banco traseiro – Rodiney foi levado na grade da viatura – foi encontrado no mesmo dia abandonado do lado paraguaio com o boné e os tênis de Rodney no banco traseiro, mas os irmãos nunca mais foram vistos.

Três dias após o desaparecimento, o vídeo gravado pelo sistema de segurança do posto mostrando a abordagem caiu nas redes sociais. Os jovens aparecem sendo revistados, com a equipe de quatro policiais também verificando o interior do Golf. Após vários meses em poder da polícia, o carro foi devolvido à família dos irmãos.

O inquérito instaurado pela Polícia Civil foi transferido para a DEH (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios), com sede em Campo Grande, mas com jurisdição estadual. O DOF também abriu um inquérito policial militar e afastou os policiais do trabalho externo.

Familiares e amigos dos jovens fizeram buscas por conta própria em matas, rios, córregos e lagoas da região com apoio da Guarda Civil Municipal de Ponta Porã e do Corpo de Bombeiros. Entretanto, nenhuma pista foi encontrada.

“Ninguém fala mais nada, nem os advogados que estavam acompanhando o caso, nem a polícia. Deus queira que o desaparecimento desses senhores não fique no esquecimento e que eles apareçam porque os pais dos meninos sofrem demais”, afirmou hoje (15) ao Campo Grande News uma parente dos irmãos desaparecidos em agosto.

O delegado Márcio Obara, da DEH, informou hoje que o inquérito sobre o desaparecimento continua aberto, mas não há novidades no caso. Garantiu, no entanto, que as investigações continuam. A identidade dos policiais envolvidos é mantida em sigilo. O DOF não divulgou o resultado do inquérito policial militar.

Mauro Dias dos Santos sumiu com o sócio, na semana passada (Foto: Reprodução/Facebook)
Mauro Dias dos Santos sumiu com o sócio, na semana passada (Foto: Reprodução/Facebook)

Douradenses – Mauro Dias e José Aparecido saíram de Dourados por volta de 9h30 de terça-feira (6) e não voltaram mais para casa. Segundo a polícia, até agora não há nenhuma pista sobre o paradeiro deles, nem mesmo para onde exatamente teriam viajado.

As investigações estão sendo feitas pelo SIG (Serviço de Investigações Gerais) da Polícia Civil, mas nem mesmo o real motivo da viagem foi informado à polícia.

“Existe muita falta de informação da família. Não sabemos o local exato do desaparecimento, pode ter ocorrido dentro do Paraguai. É tudo muito estranho, parece que escondem algo. O real motivo da viagem continua obscuro”, afirmou o delegado Adilson Stiviguitis, da 1ª Delegacia de Polícia Civil em Dourados.

Os dois, que teriam negócios em sociedade, saíram na caminhonete Toyota Hilux branca pertencente a Mauro com destino à fronteira com o Paraguai e não voltaram nem fizeram contato.

Inicialmente a polícia foi informada por familiares que eles viajaram para negociar a compra de um caminhão, mas depois surgiu a informação de que foram cobrar uma dívida. O filho de um deles contou em depoimento que um conhecido da família teria visto os dois em um restaurante em Ponta Porã.

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