"O primeiro cientista" buscava a verdade
Mário Sérgio Lorenzetto | 27/07/2020 08:14
Parece que a ciência está sofrendo ultimamente. De um lado, ainda não conseguiu nos propiciar medicamentos e vacinas contra o vírus. De outro, está sob o ataque cerrado do negacionismo e das fake news. Muitos usam a pandemia para obter pontos políticos.
A ignorância é uma praga tão cruel quanto o covid-19.
O covid-19 é uma espécie de praga, mas o mesmo acontece com a ignorância. Somente abordando o último é que a sociedade pode enfrentar com eficácia o primeiro. Este ano marca o que muitos acreditam ser o ano 800 do aniversário de um homem que buscava a verdade com coragem: o inglês Roger Bacon. Embora outros tenham chegado antes dele, sua amplitude de estudos levou a ser chamado durante séculos de "O primeiro cientista". Se vivo estivesse, Bacon estaria procurando a verdade sobre os efeitos do coronavírus na sociedade, bem como a necessidade de virtudes pessoais e políticas para superá-lo.
O covid-19 é uma espécie de praga, mas o mesmo acontece com a ignorância. Somente abordando o último é que a sociedade pode enfrentar com eficácia o primeiro. Este ano marca o que muitos acreditam ser o ano 800 do aniversário de um homem que buscava a verdade com coragem: o inglês Roger Bacon. Embora outros tenham chegado antes dele, sua amplitude de estudos levou a ser chamado durante séculos de "O primeiro cientista". Se vivo estivesse, Bacon estaria procurando a verdade sobre os efeitos do coronavírus na sociedade, bem como a necessidade de virtudes pessoais e políticas para superá-lo.
Um ser humano notável.
Bacon foi um daqueles seres humanos notáveis que parecem saber quase tudo. Ensinou matemática, astronomia, óptica, música, alquimia (precursora da química), teologia e o pensamento de Aristóteles. Devido a profundidade e amplitude de sua obra "Opus Majus" (Grande Obra), composto a pedido do Papa para descrever seus estudos, quando vivo, ficou conhecido como "Doutor Mirabilis" (Doutor Maravilhoso). Bacon acreditava que a melhoria da vida humana, tanto pessoal como socialmente, dependia da erradicação do erro. Era essencial a aprendizagem, pela busca da verdade e pela experiência do mundo real. Dizia que enquanto as pessoas apresentassem um mapa falso da realidade, elas se perderiam e nunca alcançariam seu verdadeiro destino.
Bacon foi um daqueles seres humanos notáveis que parecem saber quase tudo. Ensinou matemática, astronomia, óptica, música, alquimia (precursora da química), teologia e o pensamento de Aristóteles. Devido a profundidade e amplitude de sua obra "Opus Majus" (Grande Obra), composto a pedido do Papa para descrever seus estudos, quando vivo, ficou conhecido como "Doutor Mirabilis" (Doutor Maravilhoso). Bacon acreditava que a melhoria da vida humana, tanto pessoal como socialmente, dependia da erradicação do erro. Era essencial a aprendizagem, pela busca da verdade e pela experiência do mundo real. Dizia que enquanto as pessoas apresentassem um mapa falso da realidade, elas se perderiam e nunca alcançariam seu verdadeiro destino.
A importância da pergunta certa.
Até hoje, a ciência está pautada por um dos saberes apresentados por Bacon. Dizia que existem quatro grande causas de erro: autoridade fraca e indigna, costumes de longa data, opiniões de multidões ignorantes e ocultar a ignorância com aparente conhecimento. Mas a maior contribuição de Bacon para a humanidade foi sua afirmação de que as pessoas não sabem perguntar. Para ele, o grande problema não estava nas respostas incorretas e sim na deficiência de saber perguntar. Na visão de Bacon, muitos caem em uma credulidade de hábito, simplesmente aceitam o que lhes foi dito repetidamente. Afirmava que qualquer ideia devia passar pelo crivo de testes e o que não se sustentasse deveria ser rejeitado. Sem hábitos mentais adequados, argumentou Bacon, a sociedade estaria atolada na ignorância e fracasso. O Brasil nunca ouviu Bacon.
Até hoje, a ciência está pautada por um dos saberes apresentados por Bacon. Dizia que existem quatro grande causas de erro: autoridade fraca e indigna, costumes de longa data, opiniões de multidões ignorantes e ocultar a ignorância com aparente conhecimento. Mas a maior contribuição de Bacon para a humanidade foi sua afirmação de que as pessoas não sabem perguntar. Para ele, o grande problema não estava nas respostas incorretas e sim na deficiência de saber perguntar. Na visão de Bacon, muitos caem em uma credulidade de hábito, simplesmente aceitam o que lhes foi dito repetidamente. Afirmava que qualquer ideia devia passar pelo crivo de testes e o que não se sustentasse deveria ser rejeitado. Sem hábitos mentais adequados, argumentou Bacon, a sociedade estaria atolada na ignorância e fracasso. O Brasil nunca ouviu Bacon.