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Economia

Antes de vender ao TJ, dono negociou shopping com igreja e mercado

Lidiane Kober | 29/01/2014 10:30
Saad promete cumprir com direitos de lojistas, mas vê oportunistas no meio (Foto: Arquivo)
Saad promete cumprir com direitos de lojistas, mas vê oportunistas no meio (Foto: Arquivo)

Antes de fechar a venda do prédio do Shopping 26 de Agosto para o TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o proprietário do empreendimento, Rubens Salim Saad, tentou vender o prédio às igrejas e ao grupo Pão de Açúcar, que controla a rede de supermercados Extra.

“Tentamos negociar com igrejas e com supermercados, mas o Extra resolveu construir cinco empreendimentos na cidade e acabou desistindo do prédio”, contou Saad, em entrevista por telefone ao Campo Grande News.

Sem sucesso, ele abriu mão do pleito de R$ 50 milhões e vendeu o espaço por R$ 38,7 milhões ao governo. “Pedimos R$ 50 milhões, mas o governo fez a avaliação e, como se trata de desapropriação, fechamos por esse valor mesmo”, relatou.

Ações - Questionado sobre ações na Justiça de comerciantes que pedem prazo maior para retirar as mercadorias e o bloqueio de parte dos R$ 10 milhões já pagos como indenização pela desapropriação do imóvel, Saad afirmou que “o que for de direito, vamos cumprir”. “Temos consciência da nossa responsabilidade”, emendou.

No entanto, segundo ele, no meio dos comerciantes “há oportunistas, que nunca pagaram nada, nem aluguel, condomínio, nem IPTU”. “Eles estão mergulhando nessas ações para tentar tirar vantagens”, opinou. “Dos 300 comerciantes iniciais, somente 1% cumpriu com suas obrigações”, informou.

Ao mesmo tempo, Saad assegura que cumpriu com a sua parte. “Nunca entrei com ação despejo, mantive as portas sempre abertas, com as luzes acesas e banheiros limpos”, disse. “Você acha que é brincadeira manter a administração, manter a limpeza de um shopping? Só de luz, no início, gastava R$ 70 mil por mês”, contou.

Os lojistas, por sua vez, reclamavam do abandono do espaço que, por um momento, chegou a fechar as portas dos banheiros e ficou sem segurança. Eles também lamentam o investimento e o sonho perdido. Alguns chegaram a destinar a aquisição do espaço economia de anos.

Não deu certo – Para o empresário, o shopping não deu certo porque não se confirmou o plano de retirar o camelódromo do centro da Capital. “Pensamos no projeto para absorver os lojistas do camelódromo, mas, no meio da construção, a Câmara Municipal tombou o espaço”, lembrou.

Mesmo assim, o shopping abriu as portas, porém, em março de 2013, depois de um ano e seis meses em funcionamento, o prédio foi posto à venda por R$ 50 milhões. Na época, Saad atribuiu a decisão ao fraco movimento. Com investimento de R$ 25 milhões, o shopping apostou na linha popular, com produtos importados da China.

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