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Política

Assembleia vai avaliar se houve quebra de decoro de deputado preso

Zé Teixeira, que é 1º secretário da casa de leis, foi preso na quarta-feira por suposto envolvimento em emissão de notas frias

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 13/09/2018 11:43
Zé Texeira (de roupa clara) ontem, quando deixava hotel onde foi preso. (Foto: André de Abreu/Top Mídia News)
Zé Texeira (de roupa clara) ontem, quando deixava hotel onde foi preso. (Foto: André de Abreu/Top Mídia News)

A Corregedoria da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul vai avaliar a situação do deputado estadual Zé Teixeira (DEM), preso na quarta-feira (dia 13), durante a Operação Vostok.

Segundo o presidente da casa de leis, deputado Junior Mochi (MDB), todos os fatos estão com a Corregedoria e que esta terá a responsabilidade de emitir parecer informando se arquiva o procedimento, suspende, afasta o parlamentar ou abre processo por eventual quebra de decoro parlamentar.

À PF (Polícia Federal), que cumpriu os mandados da ação, serão requisitados documentos relacionados ao suposto envolvimento do parlamentar. O presidente esclareceu que a questão não envolve o trabalho do parlamentar na Assembleia, e, sim, que é uma situação pessoal.

Zé Teixeira foi acusado de emitir notas frias e, por isso, foi preso de forma temporária, que é quando a detenção tem prazo de cinco dias, podendo ser prorrogado por igual período. Nestes dias, a vaga de 1º secretário, ocupada pelo parlamentar, fica aberta. Se ele continuar preso, o 2º secretário, que é Amarildo Cruz (PT), assume.

O deputado Maurício Picarelli (PSDB), corregedor da Assembleia, disse que é preciso adotar cautela e que vai ler "com calma" a investigação. Só depois vai se manifestar em relação ao seu parecer.

Candidato ao governo, o presidente disse que ainda é cedo para avaliar se a operação de ontem prejudica a campanha eleitoral. Ainda sobre Zé Teixeira, Mochi disse que o parlamentar exerce "muito bem" a função de 1º secretrário.

Vostok - A Vostok teve início com a delação premiada dos irmãos Wesley e Joesley Batista, do Grupo J&F –controlador da JBS–, que apontaram a existência de um esquema de pagamentos por meio de notas frias que se usa de Tares (Termos de Acordo de Regime Especial). O sistema teria surgido na gestão do ex-governador Zeca do PT, sendo mantido nas de André Puccinelli (MDB) e de Azambuja.

Segundo despacho do ministro Feliz Fisher, ao qual o Campo Grande News teve o acesso, o Ministério Público Federal aponta um esquema de pagamentos de propinas da empresa do ramo frigorífico a políticos era dividido em três núcleos e rendeu lucro de ao menos R$ 67.791.309 aos denunciados. As fraudes teriam somado prejuízo de R$ 209 milhões ao Estado entre 2014 e 2016.

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