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Política

Citado pela JBS, deputado apresenta documentos e contesta nota fria

Zé Teixeira fala que recebeu R$ 3.803.022,00 na venda de bois para a empresa

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 23/05/2017 13:00
Deputado estadual Zé Teixeira na tribuna da Assembleia nesta terça-feira (23). (Foto: Roberto Higa e Victor Chileno/ALMS).
Deputado estadual Zé Teixeira na tribuna da Assembleia nesta terça-feira (23). (Foto: Roberto Higa e Victor Chileno/ALMS).

Citado na delação dos donos da JBS, o deputado estadual José Roberto Teixeira, o Zé Teixeira (DEM), negou ter recebido propina, detalhou números sobre a venda de bois à empresa e afirmou ter toda documentação para provar. Ele utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (23).

Na delação, segundo informações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa, o deputado emitiu duas notas, em 16 de setembro e 28 de outubro de 2016, no valor total de R$ 1,692 milhão.

“Nunca recebi dinheiro de propina de nenhum empresário”, disse. O parlamentar afirma que todos os animais vendidos para a JBS têm nota de entrada, GTA (Guia de Transporte Animal), guia de sanidade animal, além de comprovantes do recolhimento do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado do Mato Grosso do Sul) e do depósito do pagamento em banco, por parte da empresa.

Conforme Teixeira, em 2015, recebeu R$ 2.110.945,00 relativos à venda de bois – não esclareceu a quantidade, neste caso. No ano seguinte, em 28 de outubro - data em que o delator afirma que uma das notas frias foi emitida -, 120 bois foram vendidos, recebendo R$ 265.934,00 pela venda e R$ 1.741,00 a título de pagamento do Fundersul.

Outra venda aconteceu no mesmo mês e ano, quando a JBS comprou 630 bois por R$ 1.426.143,00 – já o imposto pago foi de R$ 7.041,00.

Ao apresentar os números, o deputado disse que devia satisfação para os clientes que compram seus animais e sociedade. Diz que não entrará na Justiça contra a empresa. “Sou um grão de areia no meio de toda esta lama”. Também ressaltou que abrirá as contas e documentos, como forma de comprovar sua inocência.

Por fim, afirmou não entender porque está sendo acusado pela JBS e que os incentivos fiscais fazem parte “da lógica de todos os estados para atrair”. “A venda de todos os animais que faço está documentada e declarada, com notas, guias e recolhimento à disposição”, disse.

O presidente da Assembleia, deputado Junior Mochi (PMDB), disse que a documentação de Zé Teixeira está à disposição dos deputados e que a encaminhará ao corregedor-geral da casa de leis, o deputado Maurício Picarelli (PSDB). Este, por sua vez, afirmou que, por enquanto, não existe nenhum processo contra o deputado e que os documentos foram encaminhados por Teixeira a título de explicação.

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