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Política

'Dica de fraude' pode render de advertência a cassação, diz corregedor

Investigação na Assembleia já ouviu deputado e tem mais três depoimentos marcados

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 10/11/2016 10:55
Deputado estadual e corregedor da Assembleia, deputado Maurício Picarelli (PSDB). (Giuliano Lopes/ALMS)
Deputado estadual e corregedor da Assembleia, deputado Maurício Picarelli (PSDB). (Giuliano Lopes/ALMS)

Flagrados em áudio que sugere fraude no ponto de frequência dos servidores, os deputados Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB) podem ser punidos com advertência pública, ser suspensos temporariamente ou enfrentar um processo de cassação, afirmou o corregedor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, o deputado Maurício Picarelli (PSDB), nesta quinta-feira (10).

No áudio divulgado há duas semanas, Corrêa sugere dicas de fraude para o colega Orro. Eles negam qualquer ilegalidade e afirmam que o pastor Jairo Fernandes Silveira, presidente do PTN, em Maracaju, dono do celular que gravou a conversa, tentou chantageá-los em troca do silêncio.

De acordo com Picarelli, os três tipos de punição podem ocorrer se o presidente da casa de leis, Junior Mochi (PMDB), a quem o relatório da corregedoria será submetido, entender que os parlamentares cometeram alguma irregularidade ou se são culpados de alguma forma.

Neste caso, Mochi pode optar por aplicar somente a pena de advertência pública verbal, suspender os dois por tempo determinado ou, ainda, abrir um processo por quebra de decoro, que pode resultar na cassação dos dois parlamentares.

Conversa ilícita – Com o foco em eventual extorsão do pastor, a investigação do caso na Assembleia não detalhou a apuração sobre o conteúdo da conversa. Segundo Picarelli, a defesa alegou que a gravação é ilícita, pois, se tratava de um diálogo particular.

Novos depoimentos – Além da oitiva do pastor Jairo, marcada para 18 de novembro, a corregedoria marcou para a próxima segunda-feira (14) e para quarta-feira (16) os depoimentos do ex-secretário de Fazenda de Dourados, Walter Carneiro, e Sammer Abder Rahman Abdallah, servidor da Casa Civil. Ambos, estavam no gabinete do deputado Zé Teixeira, segundo ele, quando o pastor tentou vender o vídeo.

Só depois, os deputados Paulo Corrêa e Felipe Orro vão depor. Ambos já entragaram uma defesa prévia, cujo conteúdo não foi revelado.

Ainda segundo Picarelli, a corregedoria ouviu Teixeira. Ele não revelou o conteúdo da oitiva e o parlamentar não estava na sessão desta quinta-feira.

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