Dobashi diz que não houve ação para “privatizar” tratamento de câncer
A ex-secretária estadual de saúde, Beatriz Dobashi, afirmou durante reunião da CPI da Saúde na Câmara que não houve qualquer ação ou movimento com o objetivo de privatizar o tratamento de câncer em Campo Grande. Ela destacou que sempre foi pensado uma forma de tornar público o serviço.
Dobashi destacou em seu depoimento que em dezembro de 2007 o então secretário municipal de saúde, Luiz Henrique Mandetta, se reuniu com a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), na qual ela presidia, para solicitar que fosse contratada a clínica Neorad, com o objetivo de reduzir a fila de pacientes de radioterapia. “Decidimos que esta contratação seria bancada com recursos municipais e estaduais, já que Campo Grande recebe pacientes de todo Estado”, declarou.
Ela ponderou que os recursos provenientes do Estado eram repassados ao Fundo Municipal de Saúde e a prefeitura fazia a gestão e fiscalização de sua aplicação. “O conselho municipal de saúde também ficou informado e procurou achar uma solução para a situação”.
A ex-secretária afirmou que tomou ciência apenas da terceirização do serviço de radioterapia feito pela Santa Casa no final de 2011, quando esta contratou a Neorad. “Fui informada que eles pagariam de acordo com a Tabela SUS e ainda tendo um desconto de 4%, o que deixava o serviço mais barato”.
Equipamentos – Dobashi lembrou que quando houve a divulgação do Ministério da Saúde que iria enviar equipamentos de radioterapia para os hospitais, houve a exigência que fossem encaminhados apenas para hospitais públicos, sem fins lucrativos e que tivesse todo o setor de oncologia funcionado. “No HU (Hospital Universitário) só tinha a radioterapia, não tinha como vir, já o Hospital Regional estava repassando seus pacientes de radioterapia para outros hospitais”, argumentou.
Política – Ela ainda lembrou que até 2004 existia serviço de oncologia no Hospital Universitário, Hospital do Câncer, Hospital Evangélico de Dourados e Maternidade Cândido Mariano, no entanto uma Política Nacional de Câncer em 2005, descredenciou a maternidade, por esta não atender a todos os critérios exigidos.
Relação – Dobashi fez questão dizer que não tinha nenhuma relação de amizade com os ex-diretores José Carlos Dorsa (HU) e Adalberto Siufi (HC), apenas ações relacionados a gestor-hospitais, por estar a frente da Secretaria Estadual de Saúde. Sobre o ex-diretor do Hospital Regional, Ronaldo Queiroz, argumentou que ele chegou em 2009 e no final do ano assumiu o hospital.