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Política

Em ação por assédio, Justiça restringe perícia no celular de Marquinhos Trad

Decisão judicial determina que serão acessadas conversas em aplicativos e e-mail de 8 mulheres

Silvia Frias | 16/03/2023 09:23
Ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, em entrevista ao sair de Deam, em outubro do ano passado. (Foto/Arquivo/Paulo Francis)
Ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, em entrevista ao sair de Deam, em outubro do ano passado. (Foto/Arquivo/Paulo Francis)

A perícia do celular do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) será restrita à troca de mensagens por aplicativos como WhatsApp, Instagram e e-mails com oito mulheres, conforme despacho mais detalhado publicado pela Justiça de Campo Grande. A medida atende decisão favorável a Trad, concedida pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

A quebra de sigilo dos dados do celular do ex-prefeito foi determinada pela juíza Eucélia Moreira Cabral, da 3ª Vara Criminal de Competência Residual em Campo Grande, em dezembro de 2022, sendo contestada pela defesa de Trad no TJ-MS.

A obtenção de informações faz parte das ações a que ele responde por assédio sexual e crimes contra a dignidade sexual contra oito mulheres, em investigação iniciada a partir de agosto do ano passado.

No despacho publicado hoje no Diário Oficial da Justiça, consta que o TJ-MS indeferiu o recurso da defesa de Trad contra a quebra de sigilo, mas, de ofício, concedeu em habeas corpus para “determinar sua complementação, com indicação precisa do conteúdo e da extensão do alcance da medida (...)”.

Assim, o afastamento do sigilo dos dados do aparelho está restrito às conversas com as oito vítimas da ação em questão, sendo proibido o uso de qualquer conteúdo de outros contatos.

Os peritos, previamente designados pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), devem especificar quais aplicativos serão acessados, sendo permitido somente os que envolvam troca de mensagens, como WhatsApp, Instagram, Facebook, outras redes sociais, e-mails, armazenadas no celular, chip, cartão de memória e nuvem.

Denúncia - O caso veio à tona logo depois de Trad lançar a candidatura ao governo do Estado. As investigações contra o ex-prefeito Marquinhos Trad começaram em agosto de 2022, após acusações feitas por quatro mulheres: duas de 32 anos, outra de 31, e uma mais jovem, de 21 anos. Os casos teriam ocorrido a partir de 2003. Marquinhos Trad admitiu relações extraconjugais, mas negou crime. A responsável pelo caso foi a delegada Maíra Pacheco, adjunta da Deam.

No decorrer da apuração, foram investigados 16 relatos de mulheres que alegaram terem sido assediadas por Trad. Algumas foram arquivadas ou trancadas na fase de inquérito e sete chegaram à Justiça, em 9 de novembro de 2022. Hoje, no despacho do Diário da Justiça, consta o nome de mais uma vítima, sendo oito casos avaliados.

Em fevereiro deste ano, a Justiça determinou o sigilo externo dos processos. A defesa do ex-prefeito fez o pedido após vazamento de informações das investigações.

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