Marun lamenta efeito de “fake news” no pós-greve e recusa a pedidos de prisão
Em vídeo, ministro informa que comitê de crise foi convertido em grupo que trabalho que vai acompanhar preço de combustíveis
Em vídeo divulgado por meio de redes sociais e grupos de mensagens, o ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo da Presidência da República) afirmou que o comitê de crise criado pelo governo federal visando a acompanhar os desdobramentos da greve dos caminhoneiros será convertido, agora, em um comitê de acompanhamento do preço dos combustíveis.
Ele ainda lamentou que muitas pessoas tenham acreditado nas “fake news” versando sobre novas paralisações de caminhoneiros nesta segunda-feira (4) e criticou negativas da Justiça a pedido para prender falsos líderes dos movimentos de caminhoneiros.
Na gravação, com cerca de dois minutos e feita de seu gabinete na Esplanada dos Ministérios, Marun explica que o comitê de acompanhamento vai funcionar “no âmbito do Ministério das Minas e Energia”, a fim de verificar se as ações do governo para reduzir o preço do diesel chegará, de fato, às bombas –expectativa do governo federal em relação às medidas que devem derrubar em R$ 0,46 o preço dos combustíveis.
Marun ainda disse que, como o governo havia previsto e divulgado, “a ameaça que foi apresentada à população a partir de fake news, no fim de semana, não passou de atos mal intencionados de falsos líderes. Má intenção esta que, infelizmente, em muitos casos, assustou e causou pânico”.
O ministro fez referência a advertências e ameaças também distribuídas na internet sobre uma nova paralisação dos caminhoneiros a partir desta segunda-feira, levando famílias a ficarem com medo de desabastecimento ou fazendo famílias “correrem ao mercado” para fazer estoques de alimentos.
Prisões – Segundo o ministro, o governo identificou dois desses “falsos líderes” e pediu sua prisão à Justiça, que negou “em nome da liberdade de expressão”, destacou ele. Os nomes dos supostos autores não foram revelados no vídeo, tampouco os fóruns nos quais foram solicitadas as detenções.
“Ou seja, qualquer um está autorizado a mentir usando a internet, aterrorizar a população porque a liberdade de expressão do mentiroso não pode ser coibida, infelizmente. Não entendo que é assim que as coisas devam ser”, complementou Marun.
A greve dos caminhoneiros, resultado de críticas dos motoristas e empresários do setor à política de reajustes dos combustíveis adotada pela Petrobras, começou a perder força em 26 de maio, após dez dias de ter sido deflagrada –com a entrada em vigor do decreto do presidente Michel Temer autorizando o uso das Forças Armadas para liberar estradas bloqueadas por manifestantes e escoltar o reabastecimento de postos de combustíveis.
Na sequência, propostas visando a desonerar o diesel foram acatadas pelo movimento paradista. Na sexta-feira (1), durante agenda em Campo Grande, Marun afirmou que a paralisação havia sido “sequestrada por oportunistas”, diante da acusação de que outros grupos aproveitavam a mobilização para emplacar pautas diversas da original.
Confira o vídeo abaixo: