MS termina sábado com 5 candidatos ao governo e previsão de 9 a senador
Sergio Harfouche recua e leva PSC para aliança com o MDB e tucanos confirmam chapa com 14 partidos; Psol finaliza indicações no domingo
Encerradas as convenções partidárias e reuniões de Executivas estaduais marcadas para este sábado (4), o cenário eleitoral em Mato Grosso do Sul acabou restrito a seis candidaturas ao governo estadual e, pelo menos, nove concorrentes ao Senado –número que poderia chegar a 12, conforme projeções das agremiações. Na disputa por coligações, o PSDB se saiu melhor ao somar 14 partidos em torno da reeleição do governador Reinaldo Azambuja.
Já a formação das chapas proporcionais aguarda, agora, entendimentos entre aliados em coligações a fim de designar nomes que atendam aos limites máximos legais e a representatividade feminina.
A expectativa é de que até domingo (5) ou segunda-feira (6) todas as relações sejam finalizadas e registradas até 15 de agosto no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). No dia 16 está autorizado o início oficial da campanha.
A manhã de convenções começou agitada e com uma desistência: alegando determinações vindas da cúpula nacional do PSC, Sergio Harfouche acatou orientação e desistiu tanto de seu projeto pessoal (disputar o Senado) como o aclamado pelo Diretório Regional (concorrer ao governo). Por volta das 10h ele foi confirmado vice na chapa a ser encabeçada pela senadora Simone Tebet (MDB).
A emedebista passou o dia anterior ao das convenções em reuniões com correligionários e aliados, a fim de afastar boatos de que havia desistido da disputa na qual entrou depois da prisão do ex-governador André Puccinelli –durante a Operação Papiros de Lama, braço da Lama Asfáltica que apura o uso de uma empresa para recebimento de propinas e ocultação de bens. A troca foi apontada por alguns partidos que avaliavam fazer parte da aliança para optarem pelo PSDB, casos do Avante, PMN e Patriota.
A chapa de Simone conta ainda com o senador Waldemir Moka (MDB), que tentará a reeleição. Não havia informações de que os emedebistas indicariam um segundo candidato até o fechamento esta matéria. Além de MDB e PSC, integram a chapa o PR, PTC, PHS, PRTB, DC e PRP.
14 aliados – Depois de receber apoio formal do PSB e compromisso de aliança do PSD, o PSDB viu ao longo do sábado uma série de partidos confirmarem a presença nas coligações. Dentre os apoios, o DEM foi o mais intrincado: o partido recebera proposta para indicar o vice na chapa tucana, o que enfrentava resistências dos deputados federais do partido, preocupados com os arranjos na disputa pela reeleição à Câmara Federal.
Os democratas indicaram seu presidente regional, o ex-prefeito de Dourados Murilo Zauith, para a vice de Reinaldo. Ao Senado, o ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB) já confirmou os suplentes: o Pastor Antônio Dionizio (PSB) e o empresário José Chagas (DEM). O engenheiro civil Marcelo Miglioli viu os esforços dos últimos meses se confirmarem na confirmação de sua candidatura a senador –os suplentes ainda não foram anunciados.
O arco de alianças ao redor de Reinaldo somou 14 partidos –PSDB, DEM, PSD, PTB, PSB, PPS, Solidariedade, Patriota, Avante, Pros, PMN, PSL, PMB e PP– sendo necessária sua distribuição em duas chapas para a Câmara dos Deputados e três à Assembleia Legislativa (conforme plano que vinha sendo discutido até então).
Partidos maiores e com candidatos considerados de maior densidade (como PSDB, DEM e PSD) ficariam em um agrupamento, com as demais legendas em um segundo grupo na disputa pela Câmara. Para a Assembleia, seria formada ainda uma terceira chapa reunindo os aliados de última hora.
As alianças também colocaram dúvidas sobre as candidaturas de PSL e PMB ao Senado –já que apenas dois nomes devem ser mantidos pela chapa na coligação majoritária. A reportagem não conseguiu confirmar com os partidos como tal impasse seria resolvido. Dorival Betini, presidente do PMB e pleiteante ao cargo, afirmara que haveria a possibilidade de seu nome ser lançado ao posto sem coligação formalizada com o PSDB.
Composições – Depois de uma semana turbulenta, o PDT de Odilon de Oliveira –que havia realizado em 21 de julho sua convenção, na qual aprovou aval para a Executiva continuar a realizar negociações– realizou reunião neste sábado confirmando que o último aliado, o PRB, chegou com direito a mais espaços. Além de emplacar a candidatura à reeleição do senador Pedro Chaves, o partido indicou a suplência deste e o vice de Odilon.
Os nomes, porém, não haviam sido oficializados neste sábado. A escolha ficou restrita a um casal de pastores da Igreja Sara Nossa Terra: o bispo Marcos Camargo Vitor e sua mulher, a também bispa Adriana Lagemann Camargo Vitor –que acabou escolhida pelo PRB para a vice.
Marcos é presidente do Conselho de Bispos de Dourados. A presença do casal na chapa espera agregar o peso dos evangélicos à candidatura de Odilon, bem como votos da região sul do Estado.
PDT e PRB tem o apoio do Podemos, que viu Chico Maia desistir da disputa eleitoral e vai indicar Humberto Figueiró para outra suplência de Chaves. Os três partidos trabalham para lançarem chapas completas à Câmara Federal e Assembleia. O Pros, que indicou Keliana Fernandes para a vice de Odilon, deixou a aliança e se alinhou ao PSDB.
Verdes – Sob o nome “O nosso movimento é por mudança”, PV, Rede e PC do B anunciaram a candidatura ao governo de Marcelo Bluma, presidente regional dos Verdes.
A vice será a professora Ana Maria Bernadelli (Rede), com o presidente regional do PC do B, Mario Cesar Fonseca, disputando o Senado. O nome do suplente não foi informado. Juntos, os partidos prometem ter 16 candidatos a deputado federal e 48 a estadual.
Neste domingo (5), o Psol realiza sua convenção em Campo Grande a fim de confirmar a candidatura do advogado João Alfredo ao governo. Na ocasião, também serão anunciados também o vice, candidato ao Senado e a lista de candidatos a deputados federal e estadual.
Até este sábado, o PT havia realizado sua convenção e anunciado chapa pura, com a candidatura ao governo do Estado do ex-prefeito de Mundo Novo, Humberto Amaducci, da advogada Luciene Silva como vice e do deputado federal Zeca do PT ao Senado. O partido ainda indicou 16 candidatos a deputado federal e 33 a estadual.
As eleições de Mato Grosso do Sul ainda serão disputadas pelo PPL, que concorrerá com o advogado Thiago Freitas ao Senado e chapa com oito candidatos à Câmara dos Deputados; e o Novo, que concorrerá com apenas cinco nomes para deputado federal.