Procurador diz que Petrobras era "galinha dos ovos de ouro" de Lula
A Petrobras, que chegou a responder por 75% dos investimentos federais, era a “galinha dos ovos de ouro” do esquema de corrupção liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo o procurador do Ministério Público Deltan Dallagnol. Ele afirma que o ex-presidente era o centro do grupo criminoso e os demais membros “eram substituíveis”.
Isso porque os desvios continuaram mesmo após a saída de José Dirceu do governo Lula em 2005. O fato revela que a chefia do esquema era alguém acima dele. Por outro lado, o fato de Lula ter enriquecido ilicitamente prova que mais do que saber, ele tinha um papel central na “propinocracia”, como definiu Dallagnol em entrevista nesta quarta-feira (14).
Além disso, o procurador retoma o mensalão, que terminou com a condenação de várias pessoas próximas ao líder petista, como Delúbio Soares, Silvio Pereira, José Genoíno, Waldemar Costa, Roberto Jefferson, João Paulo Cunha e José Borba, para dizer que o fato serviu como peça para o quebra-cabeça que culminou na Lava Jato.
Dallagnol deixa claro que não está retomando o esquema já denunciado e processado pela Justiça para dizer que Lula deveria ter sido penalizado, mas para mostrar que trata-se de esquema feito pelo mesmo governo e partido do que os crimes investigados agora.
O procurador afirma que o ex-presidente recebeu R$ 3,7 milhões e garante que há 14 conjuntos de provas contra ele. As investigações mostram que todo o esquema movimentou R$ 6,2 bilhões, gerando à Petrobras um prejuízo de R$ 42 bilhões. O esquema ilegal se estendia a outras empresas e órgãos públicos, como Eletrobras, Caixa Econômica e os ministérios do Planejamento e da Saúde.
A situação gerou um esquema que o procurador chamou de “propinocracia”. Ele ressalta que Lula é a “peça central” da Lava Jato e pede o bloqueio de R$ 87 milhões e ressarcimento de mais R$ 87 milhões.