Fio metálico é retirado do peito de bebê, mas "guerra ainda não acabou", diz mãe
Objeto encontrado no coração da criança é fio guia de cateter esquecido em procedimento há nove meses
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A cirurgia para retirada de fio metálico esquecido no coração de bebê de um ano e seis meses foi considerada um sucesso pela equipe médica pediátrica responsável pelo procedimento. A criança ainda precisa de cuidados constantes e segue sedado, em observação na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital da Cassems de Campo Grande.
RESUMO
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Um fio metálico foi retirado do peito de um bebê de um ano e seis meses em Campo Grande, após ser esquecido em seu coração durante um procedimento médico realizado nove meses antes em Três Lagoas. A cirurgia foi considerada um sucesso, mas a criança permanece sedada e em observação na UTI. Os pais planejam processar os responsáveis pelo erro médico. A família expressa gratidão pelo apoio e pede orações pela recuperação do filho.
O objeto era, de fato, um fio guia de cateter, deixado por médicos durante um acesso central realizado há nove meses no Hospital da Cassems de Três Lagoas. O fio estava fixado na válvula tricúspide do coração da criança, no ventrículo direito e no septo, parede que separa os dois lados do músculo cardíaco.
"Não foi fácil dissecar, o médico realmente falou que estava muito difícil", diz Beatriz Melo, mãe do menino, que está no hospital com o marido, André, acompanhando todo o procedimento. A operação de peito aberto é considerada uma cirurgia cardíaca de grande porte e, por isso, ainda há riscos e a criança precisa ficar sedada no hospital. Não há previsão de alta para o bebê.
Por enquanto, os pais estão focadas na reabilitação do bebê, mas o advogado da família já trabalha para acionar judicialmente os responsáveis pelo erro médico.
"Até agora não sabemos o que aconteceu para deixar este fio guia dentro dele. Pode ter sido uma soma de imperícia com negligência? Materiais de péssima qualidade? Falha no processo de procedimento seguro e de comunicação entre médicos? Fato é que meu bebê corre risco de vida e por uma causa quase que 99% evitável", lamenta Beatriz Melo, mãe da criança.
A família considera que o atendimento em Campo Grande, liderado pelo cirurgião Guilherme Viotto, foi "humanizado e profissional". Agora, a equipe médica se empenha para garantir que a criança tenha bons resultados na recuperação. "O doutor falou que a guerra ainda não acabou. Vencemos a principal parte, mas agora é a segunda parte", diz a mãe. O bebê já foi extubado, mas ainda está sedado para ficar calmo durante o monitoramento.
O casal agradece pelas orações e segue confiante na recuperação do filho. "Vai dar tudo certo, já vem dando certo há nove meses, não ia ser agora que o Senhor poderia soltar a mão dele. Estamos imensamente agradecidos a Deus, por mais esse milagre na vida dele", diz Beatriz, emocionada.
A mãe ressalta a importância de solicitar exames adicionais após procedimentos invasivos, como o acesso central. "Pedir tomografia ou um simples raios-x para saber se ficou algum artefato perdido no coração. Se tivessem descoberto precocemente, não haveria necessidade do bebê passar por isto".
Erro médico - O fio metálico foi esquecido no coração da criança quando ela passou por duas internações devido a infecções graves no ouvido. Na época, os médicos precisaram realizar um acesso central no pescoço do bebê.
Durante o procedimento, o fio guia do cateter foi acidentalmente deixado no organismo dele. A família descobriu a situação na quarta-feira (7), há uma semana, quando a criança foi levada novamente ao hospital porque os pais suspeitaram que ele havia engolido uma pilha enquanto brincava com uma calculadora.
Ao realizar exame de raios-x, os médicos não encontraram a pilha no sistema digestivo da criança, mas o fio metálico foi descoberto. Em resposta ao Campo Grande News, a assessoria da Cassems informou que "seguindo resoluções e normativas éticas, não comenta quadros de pacientes atendidos em suas unidades".
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