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Interior

Viúva de jornalista assassinado denuncia impunidade

Cinthia González diz que promotor tentou forçá-la a acusar traficante como mandante da morte de Leo Veras

Por Helio de Freitas, de Dourados | 12/02/2025 10:17
Viúva de jornalista assassinado denuncia impunidade
O jornalista Lourenço Veras, o Leo, assassinado por pistoleiros em 2020 (Foto: Reprodução)

Cinco anos depois, o assassinato do jornalista Lourenço Veras, o Leo, volta a provocar crise política no Paraguai. Colaborador de veículos de comunicação brasileiros, especialmente de Mato Grosso do Sul, Leo foi executado por pistoleiros na noite de 12 de fevereiro de 2020 em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS).

RESUMO

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Cinco anos após o assassinato do jornalista Lourenço Veras, conhecido como Leo, o caso ainda gera controvérsia no Paraguai. Leo foi morto por pistoleiros em 2020, em Pedro Juan Caballero, cidade fronteiriça com Ponta Porã, MS. A viúva, Cinthia González, acusa o promotor Andrés Arriola de tentar forçá-la a incriminar o narcotraficante Waldemar Pereira Rivas, o "Cachorrão", que foi absolvido e está foragido. Cinthia critica a condução das investigações e a demora em ouvir testemunhas. O caso ganhou nova atenção após revelações de que o deputado Eulálio Gomes teria ajudado a libertar "Cachorrão". Duas juízas estão sob investigação por possíveis ligações com o deputado.

Nesta quarta-feira (12), quando se completa o quinto ano do crime, o assunto voltou às manchetes dos principais jornais do país vizinho. O tema é a troca de acusações entre a viúva de Leo Veras, Cinthia González, e o promotor de Justiça, Andrés Arriola.

O promotor acusou Cinthia de mudar o depoimento durante o julgamento do suposto mandante do crime, o narcotraficante Waldemar Pereira Rivas, o “Cachorrão”. Inocentado, Waldemar foi colocado em liberdade por juízas de Pedro Juan Caballero mesmo respondendo a outros processos criminais e incluído na lista vermelha da Interpol. Atualmente, está foragido.

Cinthia González emitiu comunicado negando a afirmação do promotor e o acusando de tentar obrigá-la a incriminar Waldemar Rivas.

“Tanto no Ministério Público quanto no julgamento, testemunhei com sinceridade. Eu disse o que vi e descrevi a fisionomia das três pessoas que entraram na nossa casa naquela noite, atirando em Leo. Talvez eles [promotores] queriam que eu fizesse seu trabalho e testemunhasse que vi Waldemar naquela noite”, afirma a viúva do jornalista.

Cinthia disse que “Cachorrão” tinha uma oficina mecânica perto de sua casa, por isso o conhecia. O traficante sempre negou envolvimento na morte de Leo e alegou que ele e o jornalista eram amigos. “Se o promotor não fez bem o trabalho dele, não pode esperar que eu dê testemunho dizendo o que não vi”, declarou a mulher.

Ela também acusa o Ministério Público paraguaio de omitir informações sobre a investigação e que só foi intimada a prestar depoimento um ano após o assassinato. “Por que demorou mais de um ano para chamar a mim e as outras testemunhas oculares [o pai dela e o vizinho]? Por que 20 suspeitos foram presos semanas depois e libertados silenciosamente?”, questionou.

A investigação sobre o assassinato de Leo Veras foi conduzida inicialmente pelo promotor Marcelo Pecci, morto por pistoleiros quando passava a lua de mel em Cartagena das Índias, na Colômbia, em maio de 2022. Com a morte, Andrés Arriola assumiu o caso.

Na semana passada, a divulgação de mensagens e áudios extraídos do celular do deputado Eulálio Gomes, o “Lalo”, revelou que o político atuou para livrar “Cachorrão” da cadeia. Acusado de ligação com o tráfico de drogas, ele foi morto por policiais paraguaios durante operação em sua casa, em Pedro Juan Caballero, em agosto do ano passado.

Duas juízas de Pedro Juan Caballero estão sendo investigadas por ligação com Lalo Gomes – Carmen Elizabeth Silva e Ana Graciela Aguirre Núñez. As duas atuaram no julgamento que absolveu Waldemar Rivas.

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