Assassino de motorista de aplicativo alega traição e vai enfrentar júri popular
"Não sei se foi coisa da minha cabeça, mas eu vi os dois se beijando", alega Igor de Lima sobre porque matou de Rafael Baron
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"Não sei se foi coisa da minha cabeça, mas eu vi os dois se beijando", alega Igor César de Lima Oliveira ao tentar justificar em seu primeiro depoimento à justiça, nesta quarta-feira (19) o que teria o motivado a matar o motorista de aplicativo Rafael Baron. O crime aconteceu no dia 13 de maio de 2019, por volta das 11h40, no Jardim Campo Nobre, em Campo Grande, depois que Rafael buscou Igor e a esposa dele na Upa (Unidade de Pronto Atendimento) do Jardim Leblon.
O assassino será levado a júri popular por homicídio qualificado por motivo fútil, com recurso que dificultou a defesa da vítima e porte ilegal de arma de fogo. A data do julgamento ainda não foi definida.
Mas as desavenças entre ele e a mulher, segundo Igor, começaram ainda na unidade de saúde. A esposa do acusado havia recém descoberto que estava grávida e os dois foram juntos para um consulta, mas acabaram sem se falar após terem discutido por discordarem do local onde aguardariam o atendimento. Na hora de ir embora, o casal pediu um veículo pelo aplicativo e a mulher teria começado a conversar com Rafael. “Está friozinho, não é? Bom de ficar em casa e fazer um amorzinho gostoso”, conta Igor ao relatar o que Rafael supostamente teria dito para a sua esposa.
“Os dois ainda riram. Ai eu fiquei transtornado, irado”, completa. Enfurecido, Igor disse ter descido do veículo assim que chegaram ao destino, mas que a esposa permaneceu com o motorista. “Não sei se é loucura da minha cabeça, mas eu vi eles se beijando”, completa. Igor conta que em seguida saiu correndo, pulou a janela da sua residência no Condomínio Reinaldo Buzanelli II e pegou uma arma que estava sobre o guarda-roupas da sua mãe e retornou ao veículo.
Questionado pelo juiz, o réu ressaltou que não tinha certeza de ter visto os dois se beijando dentro do veículo ou se alguém teria tentado impedí-lo de sair armado de casa. A mulher de Igor que também prestou depoimento nesta quarta-feira, disse ao juiz que o marido “tirou da cabeça dele a ”suposta “cantada” feita pelo motorista de aplicativo. Segundo a mulher, Rafael teria apenas comentando que “estava frio” e “bom para dormir”.
Contudo, ao chegar no veículo ele apontou a arma para o motorista. “Vocês estavam de rolo aí”, teria dito Igor antes de Rafael acelerar o carro. “Fiquei com medo dele me atropelar e atirei”, detalha. Nenhuma das testemunhas do crime, no entanto, confirmaram essa versão. Além de Igor e a esposa, a mãe do acusado, uma irmã e a viúva da vítima prestaram depoimentos, nesta quarta-feira.
Após matar o motorista com dois tiros, Igor se escondeu em uma mata que fica próxima ao endereço. Ele se apresentou à polícia três dias depois. A prisão dele pelo homicídio não foi decretada neste dia e ele voltou para a prisão para cumprir pena por crime anterior. Pouco depois, conseguiu o benefício da progressão de regime e aproveitou para fugir. O pedido de prisão pelo homicídio só ocorreu 100 dias depois da morte de Rafael. Igor foi recapturado no dia 9 de fevereiro.