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Capital

Chocada, família diz que preso por assassinar Gleison mente sobre marido morto

Leandro Florenciano culpa Emerson Borcheidt por morte e abuso de criança, crimes dos quais é suspeito

Marta Ferreira | 28/04/2021 18:30
Movimentação no local em que Emerson foi encontrado morto na segunda-feira (26). (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Movimentação no local em que Emerson foi encontrado morto na segunda-feira (26). (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

Choque, incredulidade e revolta. Foram reações da família de Emerson Borcheidt, 33 anos - encontrado morto na segunda-feira (26) - ao saber das afirmações feitas pelo companheiro dele de uma década, Leandro Pereira Florenciano, 35 anos,  preso sob suspeita de dois crimes graves. “Leo Pereira”, como o homem se define nas redes sociais, acusou Emerson de ter assassinado Gleison da Silva Abreu, de 25 anos, e alegou ter se separado dele ao descobrir o abuso sexual de criança de 9 anos, do núcleo familiar de ambos.

Leandro está atrás das grades pela morte de Gleison, desde segunda-feira, junto com Agnaldo Freire de Mariz, de 50 anos. Além disso, é investigado por estupro contra o menino. Conforme depoimento especial dado à Polícia Civil pela criança, a violência sexual foi cometida por Leandro e Emerson juntos.

Apesar disso, o homem culpou o companheiro por meio do advogado, Gustavo Scuarcialupi, pelos dois episódios criminosos. Na versão dele, tinha rompido com Emerson havia pelo menos três meses, mas aconteciam "recaídas".

No dia do assassinato, segundo afirmou o advogado, Leo Pereira diz ter ido se encontrar com Gleison, com quem mantinha relacionamento afetivo às escondidas. Emerson teria descoberto, ido ao local, e empurrado o rapaz nas pedras da Cachoeira do Inferninho. Ali, o corpo foi achado em 1º de maio do ano passado.

A perícia deu a causa da morte como asfixia. O defensor contesta e afirma que vai solicitar novos exames a respeito.

Scuarcialupi diz ter conversado por dois dias com o cliente, na carceragem da Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada), onde ele está, e reafirmou. “Isso é o que aconteceu, segundo ele”.

É mentira. E ele está morto, não pode se defender”, afirmou ao Campo Grande News uma das irmãs de Emerson, de 28 anos.

Emerson Borcheidt, encontrado morto na segunda-feira. (Foto: Direto das Ruas)
Emerson Borcheidt, encontrado morto na segunda-feira. (Foto: Direto das Ruas)

Foi para ela que ele mandou mensagem antes de cometer suicídio, na segunda-feira. Foi achado logo depois na laje de quitinete no Bairro Zé Pereira.

No texto enviado, confessava ter feito “algo muito grave”, "sem perdão”. A família enterrou o corpo de Emerson ontem e, horas depois, teve de lidar com a acusação de Leandro.

A irmã diz que foi uma surpresa da parte de quem conviveu por anos com a família. Ela afirma acreditar na inocência do irmão. “Temos certeza de que ele não era culpado”.

Na definição da mulher, que pediu para não ter a identidade revelada, o irmão era muito emotivo. “Era coração”, define.

Uma das indicações contrárias à versão do homem preso sobre os fatos foi apurada pelo Campo Grande News. Leandro Pereira Florenciano era visto com frequência no imóvel onde estava vivendo o rapaz que ele acusa depois da morte.

Emerson Borcheidt estava entre os alvos de busca e apreensão realizada em operação da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), na segunda-feira, como parte das investigações do assassinato de Gleison.

Os policiais foram a quatro endereços em busca de evidências contra os suspeitos do homicídio. Leandro foi preso no Bairro Coophavila II e Agnaldo no Santa Emília.

"Leo Pereira" em selfie na rede social. (Foto: Reprodução do Facebook)
"Leo Pereira" em selfie na rede social. (Foto: Reprodução do Facebook)

Mentor - De acordo com o trabalho policial, base para as duas ordens de prisão, Leandro foi o mentor do assassinato, em meio o cenário de golpe financeiro aplicado contra Gleison.

Os dois mantinham conversas frequentes envolvendo investimento de dinheiro com promessa de retornos definidos como “estratosféricos” pelo delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito.

Angnaldo Mariz, traficante em liberdade vigiada por tornozeleira, foi preso por ajudar Leandro. A dinâmica do assassinato ainda está em apuração.

As prisões são temporárias, por 30 dias. O inquérito sobre o estupro da criança, surgido durante as apurações da morte de Gleison, corre na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e ainda está na fase inicial. O prazo é de 30 dias para conclusão.

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