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Capital

Cobrando justiça, família de pai e filho mortos em acidente protesta

Joel e Anador estavam em moto atingida por carro em alta velocidade na Cônsul Assaf Trad

Nyelder Rodrigues | 21/08/2021 19:19
Família de Anador e de Joel foram ao canteiro central da avenida, onde os dois morreram ao serem atingidos por carro. (Foto: Reprodução)
Família de Anador e de Joel foram ao canteiro central da avenida, onde os dois morreram ao serem atingidos por carro. (Foto: Reprodução)

Chorar, em geral, representa tristeza. O choro dos filhos sem o pai, morto em acidente de trânsito, ainda mais. "As crianças ficaram sem o avô e sem o pai. Dá certo horário, no fim de tarde, os três começam a chorar sentindo falta deles, pois era quando eles chegavam em casa. É revoltante", detalha Josiane Romeiro.

Ela é irmã de Joel dos Santos Lopes, de 38 anos, e filha de Anador Lopes, de 72, mortos após um carro em alta velocidade chocar com eles na Avenida Cônsul Assaf Trad, região norte de Campo Grande, em frente ao Residencial Alphaville.

Os dois estavam em uma moto, conduzida por Joel, e foram atingidos em cheio pelo Volkswagen Fox preto, em suposto racha que ainda está sob investigação da Polícia Civil - o condutor, que não teve nome revelado, nega que tenha participado de um naquele dia 6 de agosto. Ele responde em liberdade.

Hoje, sábado (21), a morte de pai e filho completa 15 dias. São 15 dias de esperança que justiça seja feita e de desalento pela falta de novidades no caso. Josiane e a família fizeram um protesto no local onde Joel e Anador morreram.

"Queremos justiça, pois o sentimento agora é de impunidade. O cara matou meu pai e meu irmão, se apresentou, e depois saiu de lá e tá aí, na rua. Não sei o que vai ser disso, não estou vendo falar mais nada. Não tem novidade nenhuma. Sinto que dois pais de família se foram e vai ficar tudo assim mesmo", desabafa.

Josiane não mora em Campo Grande. Ela é da vizinha Ribas do Rio Pardo, a 103 km da Capital, mas costuma vir à cidade nos fins de semana. Aproveitou o sábado para ir ao local com faixas e familiares protestar.

"Chegar aqui em Campo Grande e ir para a casa dos dois e não ver nenhum deles é bastante complicado. Não tenho mais meu irmão e nem meu pai. Já não tinha minha mãe, agora eles, que eram minha família aqui. A gente não consegue aceitar a forma que foi. Eles estavam saindo do trabalho", prossegue no desabafo.

Filha de Anador e irmã de Joel, Josiene tem 42 anos e fica com o coração partido em ver os sobrinhos, um menino de três anos e duas meninas de sete e dois, chorando a falta que faz o pai e o avô por perto. "E saber que o cara fez o que fez e ainda diz que meu irmão que se jogou, dói demais", diz, completando.

"Só queremos justiça, se não será só mais um caso, só mais uma morte. Amanhã, haverá mais vítimas, esse motorista vai matar mais pessoas. Fico muito revoltada. Eles estavam trabalhando, não estavam fazendo coisa errada, não estavam em racha, nada dessas coisas", conclui Josiane, lamentando toda a situação.

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