ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
JANEIRO, QUINTA  09    CAMPO GRANDE 32º

Capital

Defesa de Stephanie admite conivência com agressões e enche jurados de perguntas

"Será que a Sophia ia querer que a mãe dela ficasse presa?", questionou advogado durante argumentação

Por Anahi Zurutuza | 05/12/2024 18:21
Defesa de Stephanie admite conivência com agressões e enche jurados de perguntas
Em pé, o advogado Alex Viana durante argumentação (Foto: Paulo Francis)

Ainda durante os debates, na tarde desta quinta-feira (5), a defesa de Stephanie de Jesus da Silva, 26, encheu os jurados de perguntas, provavelmente, numa estratégia para plantar dúvida na mente de quem julga a ré, acusada de permitir que a filha, Sophia Ocampo, morresse pelas mãos do padrasto. O advogado Alex Viana, que “chegou” no caso em outubro deste ano, argumentou que a cliente foi conivente com as agressões cometidas contra a filha, porque estava em contexto de violência doméstica, mas jamais compactou com homicídio.

“O que vocês fariam se vocês estivessem presas numa casa com duas crianças pequenas com seu agressor lá? Por que estão julgando essa mulher? Foram cinco meses. Ela devia, ela tinha o dever de proteção, mas o Jean [Ocampo, pai de Sophia] também tinha e o Estado também”, afirmou ao dizer que Stephanie e Christian Campoçano Leitheim, o acusado de assassinado, dividiram o mesmo teto por pouco tempo.

O advogado também tentou trazer ar de normalidade para violências praticadas dentro de casa. “Já apanhei de varinha, já levei chinelada, já escutei ‘vou matar esse guri’. Será que isso pode ser a hipocrisia colocada como prova de alguma coisa? Por que não mostram o resto? Por que não mostram os momentos de felicidade? A mãe do Jean considera a Stephanie uma filha, por isso não compactuou de vir aqui mentir, dizer que Stephanie não era boa mãe”.

O defensor afirma ainda que o processo comprova que Sophia sofreu lesões corporais. “Lesão corporal está provada, mas homicídio não. Que a Stephanie compactuou com um homicídio. Não foi mostrado aqui nenhuma prova de que a Stephanie compactuou com o homicídio, que premeditou. Christian acabou com vida dela. Tirou a filha para sempre da vida dela”.

Alex Viana passa a ensinar aos jurados a como votar. “Vossas excelências podem votar com clemência. Tenho certeza que vocês, excelências, conhecem alguém que sofre de violência doméstica”.

Por fim, o advogado apela para o emocional dos jurados. “Será que a Sophia ia querer que a mãe dela ficasse presa e recebesse a mesma pena de Christian? Eu duvido. A maior prova de todas é a lógica. Ela não iria na UPA se a Sophia estivesse morta, se ela soubesse que Sophia estava morta.  Esse processo deixa muitas dúvidas. Na hora de votar é rápido, mas vossas excelências têm muita responsabilidade porque as consequências são grandes”, deixa no ar.

Neste segundo dia de julgamento pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, o réu foi interrogado e foi dado o start nos debates entre defesas e acusação. A previsão é que a sentença saia ainda hoje.

Christian é julgado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos, a menina Sophia, que aos 2 anos e 7 meses deixou a vida de sofrimento. Ele é acusado de espancar a enteada até a morte e também responde por estupro de vulnerável. Já a mãe é julgada por homicídio doloso por omissão, já que não impediu o resultado trágico da violência praticada pelo companheiro contra a filha.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.

Nos siga no Google Notícias

Veja Também