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Capital

Desembargadores mandam soltar cunhado de Marielly Rodrigues

Nadyenka Castro | 19/09/2011 18:34

Decisão é por unanimidade da 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Hugleice, de camisa de manga longa, entre dois policiais, no dia em que se apresentou à Polícia. (Foto: João Garrigó)
Hugleice, de camisa de manga longa, entre dois policiais, no dia em que se apresentou à Polícia. (Foto: João Garrigó)

Por unanimidade, os desembargadores da 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul mandaram soltar nesta segunda-feira Hugleice da Silva, cunhado de Marielly Rodrigues, morta em maio deste ano durante um aborto.

A decisão é contra o parecer do MPE (Ministério Público Estadual), cujo procurador Antônio Siufi opinou pela manutenção da prisão. Hugleice havia tido a liberdade negada o habeas corpus negado em caráter liminar.

De acordo com o advogado de Hugleice, José Roberto Rodrigues da Rosa, os desembargadores acataram as alegações da defesa, que são: primariedade, bons antecedentes e colaboração com as investigações, pois se apresentou à Polícia e confessou a participação no caso.

Conforme Rosa, Hugleice está preso no Instituto Penal de Campo Grande. No presídio, a informação é de que os detentos com alvarás só são liberados durante expediente do setor jurídico, o qual se encerrou nesta segunda-feira sem recebimento de nenhum documento de soltura.

Hugleice se apresentou à Polícia no dia 14 de julho, dois dias após a Justiça ter decretado a prisão temporária dele e do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, acusado de ser o responsável pelo procedimento que acabou na morte da universitária.

Jodimar se apresentou no dia 13 de julho e desde então está preso e, apesar da confissão de Hugleice, tem negado participação. Ele teve o pedido de habeas corpus negado em caráter liminar e o parecer do MPE também é contra a liberdade.

Marielly foi vista pela última vez em casa, em Campo Grande, no dia 21 de maio. O corpo foi encontrado no dia 11 de junho.

Até o dia em que foi para a cadeia, Hugleice negava envolvimento no caso e ‘ajudava’ a família na batalha por um desfecho para o caso. No entanto, após a primeira noite na prisão passou a confessar a participação.

Hugleice confessou que levou a jovem até a casa de Jodimar, em Sidrolândia, para fazer o aborto, e depois, quando o procedimento deu errado, junto com o enfermeiro, colocaram o corpo em seu carro e o jogaram em um canavial no município.

O rapaz contou ainda que não sabe se era o pai do filho que ela esperava, mas, afirmou que teve relações sexuais com a irmã da sua esposa.

Quebra de sigilo telefônico e depoimento de testemunhas comprovam a versão de Hugleice. Ele e Jodimar são acusados de aborto e ocultação de cadáver .

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