Desembargadores mandam soltar cunhado de Marielly Rodrigues
Decisão é por unanimidade da 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul
Por unanimidade, os desembargadores da 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul mandaram soltar nesta segunda-feira Hugleice da Silva, cunhado de Marielly Rodrigues, morta em maio deste ano durante um aborto.
A decisão é contra o parecer do MPE (Ministério Público Estadual), cujo procurador Antônio Siufi opinou pela manutenção da prisão. Hugleice havia tido a liberdade negada o habeas corpus negado em caráter liminar.
De acordo com o advogado de Hugleice, José Roberto Rodrigues da Rosa, os desembargadores acataram as alegações da defesa, que são: primariedade, bons antecedentes e colaboração com as investigações, pois se apresentou à Polícia e confessou a participação no caso.
Conforme Rosa, Hugleice está preso no Instituto Penal de Campo Grande. No presídio, a informação é de que os detentos com alvarás só são liberados durante expediente do setor jurídico, o qual se encerrou nesta segunda-feira sem recebimento de nenhum documento de soltura.
Hugleice se apresentou à Polícia no dia 14 de julho, dois dias após a Justiça ter decretado a prisão temporária dele e do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, acusado de ser o responsável pelo procedimento que acabou na morte da universitária.
Jodimar se apresentou no dia 13 de julho e desde então está preso e, apesar da confissão de Hugleice, tem negado participação. Ele teve o pedido de habeas corpus negado em caráter liminar e o parecer do MPE também é contra a liberdade.
Marielly foi vista pela última vez em casa, em Campo Grande, no dia 21 de maio. O corpo foi encontrado no dia 11 de junho.
Até o dia em que foi para a cadeia, Hugleice negava envolvimento no caso e ‘ajudava’ a família na batalha por um desfecho para o caso. No entanto, após a primeira noite na prisão passou a confessar a participação.
Hugleice confessou que levou a jovem até a casa de Jodimar, em Sidrolândia, para fazer o aborto, e depois, quando o procedimento deu errado, junto com o enfermeiro, colocaram o corpo em seu carro e o jogaram em um canavial no município.
O rapaz contou ainda que não sabe se era o pai do filho que ela esperava, mas, afirmou que teve relações sexuais com a irmã da sua esposa.
Quebra de sigilo telefônico e depoimento de testemunhas comprovam a versão de Hugleice. Ele e Jodimar são acusados de aborto e ocultação de cadáver .