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Capital

“Me respeita”: testemunha ouviu gritaria antes de PM atirar em empresário

Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, foi morto com três tiros, dois no rosto

Anahi Zurutuza e Ana Beatriz Rodrigues | 03/07/2023 17:00
José Roberto de Souza, de 53 anos, acompanhou audiência nesta tarde. (Foto: Alex Machado)
José Roberto de Souza, de 53 anos, acompanhou audiência nesta tarde. (Foto: Alex Machado)

Antes dos três disparos que mataram Antônio Caetano de Carvalho, de 67 anos, gritaria na sala de conciliação ao lado chamou a atenção de servidor do Procon. “Me respeita. Você me respeita! Tá pensando que tá falando com quem?”, disse homem aos berros. Foi o que conciliador, ouvido na tarde desta segunda-feira (3), consegue se lembrar sobre o assassinato que testemunhou no fim da manhã daquele 13 de fevereiro.

O funcionário conduzia os trabalhos em sala ao lado de onde acontecia audiência entre Caetano e o policial militar reformado, José Roberto de Souza, de 53 anos, o acusado de assassinato. Além desta testemunha, outro da Secretaria-Executiva de Orientação e Defesa do Consumidor de Mato Grosso do Sul prestou depoimento na tarde de hoje.

Na primeira audiência de instrução do processo que julgará a morte de Caetano, o conciliador, que terá o nome preservado, se recordou que chegou a atender a um pedido de ajuda da colega, que mediava o conflito entre vítima e atirador.

“Na sexta-feira [encontro anterior entre as partes], estava tendo uma animosidade. Dava para ouvir que os ânimos estavam exaltados. Na segunda-feira, aconteceu a mesma animosidade. A colega chegou a fazer um gesto com a mão para eu ir até a sala dela. Fui lá e pedi para os senhores se acalmarem porque eles estavam atrapalhando a sala ao lado. Quando voltei para a minha sala, eu consegui ver o primeiro disparo. Depois, eu só ouvi e pedi para meninas que estavam na sala comigo se abaixarem. Aí só deu pra ouvir mesmo”, narrou.

José Roberto Rodrigues da Rosa, advogado do PM reformado, durante entrevista (Foto: Alex Machado)
José Roberto Rodrigues da Rosa, advogado do PM reformado, durante entrevista (Foto: Alex Machado)

A conciliadora que assistiu a tudo não foi ouvida nesta segunda-feira (3). Ela deixou o Procon depois do trauma, sendo transferida para outra secretaria. A informação é que a servidora está de licença médica.

Também nesta tarde, um investigador da Polícia Civil deu detalhes sobre o caso. A próxima audiência, quando também o réu deve ser interrogado, foi marcada para o dia 25 de agosto.

Assassinato aconteceu no dia 13 de fevereiro (Foto: Bruna Marques)
Assassinato aconteceu no dia 13 de fevereiro (Foto: Bruna Marques)

O crime – Na manhã de 13 de fevereiro, no Procon, localizado na Rua 13 de Junho, Centro de Campo Grande, o empresário Antônio Caetano de Carvalho, 67, foi morto com dois tiros no rosto e um terceiro na nuca. Ele e o PM reformado discutiam débito de R$ 630 e problemas no serviço prestado por Caetano no motor de uma Toyota SW4 que pertencia ao PM reformado.

José Roberto fugiu a pé e só foi preso em 16 de fevereiro, quando se apresentou na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.

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