Governo recebeu denúncia de servidores ligados a empreiteiras, diz Reinaldo
Após acompanhar agenda de Michel Temer no Exército, Reinaldo Azambuja falou com jornalistas e disse denúncia anônima já tinha chegado ao governo e foi encaminhada ao Ministério Público
O governo de Mato Grosso do Sul já tinha sido alertado sobre a ligação de servidores do quadro de pessoal efetivo da Secretaria Estadual de Infraestrutura, com empreiteiras que possuem contratos com o Estado para execução de obras. A afirmação foi feita pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) na tarde desta quinta-feira (9), em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Hoje de manhã, após a Polícia Federal desencadear na Capital a Operação Lama Asfáltica, que apura corrupção e fraudes em contratos entre as empreiteiras e o governo do Estado, três servidores foram afastados por determinação da Justiça.
“Já tínhamos encaminhado ao Ministério Público, para a devida apuração dos fatos, as denúncias contra pessoas que trabalhavam dentro da Secretaria de Infraestrutura no governo anterior e que seriam pagos por empreiteiras. Parece que essas denúncias também motivaram a ação [operação da PF]”, afirmou Reinaldo em entrevista coletiva no aeroporto de Dourados. Ele foi à cidade para acompanhar a agenda do presidente da República em exercício Michel Temer (PMDB), que veio a Mato Grosso do Sul para conhecer o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras).
Segundo o governador, a denúncia anônima chegou ao governo logo no início do ano e foi imediatamente remetida ao MPE. Reinaldo disse que agora o governo do Estado vai instalar uma sindicância para apurar a conduta dos servidores efetivos, que podem ser exonerados, segundo ele, caso fique comprovada a ligação com o esquema.
Acesso total a documentos – Reinaldo Azambuja disse que a primeira providência do governo estadual foi garantir acesso total da Polícia Federal aos documentos. Ele fez questão de frisar que a investigação se refere a contratos e licitações de 2014.
“Afastamos os funcionários concursados que o juiz determinou, que no ano de 2014 já trabalhavam nesses setores da Secretaria de Infraestrutura e vamos investigar juntos todas essas operações. Cabe ao governo acompanhar e se tiver algo que deu prejuízo ao Estado, que a gente possa ter o Estado ressarcido. Garantimos abertura total para que as investigações ocorram da melhor maneira possível”.
É preciso apurar – Reinaldo Azambuja evitou polemizar com o governo anterior e apenas defendeu as investigações da Polícia Federal. “É importante que se apure, principalmente porque envolve dinheiro público. Se essas pessoas puderam, na administração anterior, desviar recursos públicos, então tem realmente que ser apurado. O juiz determinou e repassamos para a Secretaria de Administração que proceda o afastamento, para que não tenha nenhuma restrição nas investigações. Franqueamos todos os processos, todos os computadores e HDs que foram solicitados”.