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Interior

Índio de Caarapó fala hoje sobre violência em ato do Cimi, em Brasília

Relatório sobre atos de violência contra os povos indígenas do Brasil relativo a 2015 será lançado nesta quinta em Brasília

Helio de Freitas, de Dourados | 15/09/2016 11:59
Área de conflito ocupada por índios em Caarapó (Foto: Helio de Freitas)
Área de conflito ocupada por índios em Caarapó (Foto: Helio de Freitas)

Três meses depois do ataque armado de fazendeiros contra índios que invadiram a fazenda Yvú, no município de Caarapó, a 283 km de Campo Grande, Elson Gomes Kaiowá, um dos líderes do acampamento “Kunumi Verá”, fala hoje sobre o confronto, durante ato do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), em Brasília.

Cinco proprietários rurais, entre eles o dono da fazenda Yvú, estão presos desde o dia 18 de agosto deste ano, acusados de liderarem o ataque que deixou cinco índios feridos e um morto.

Conselheiro da Grande Assembleia Aty Guasu, Elson Gomes participa às 13h30 desta quinta, na sede da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), do lançamento do relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – dados de 2015.

Conforme o Cimi, a publicação traz informações sobre 19 formas de violências e violações praticadas em todo o país contra os povos originários, como assassinatos, mortalidade na infância, omissão e morosidade na regularização das terras indígenas, racismo e abuso de poder.

“Como nos anos anteriores, chama atenção a perversa realidade enfrentada pelos indígenas do Mato Grosso do Sul, especialmente os guarani-kaiowá, que sofrem violentos e frequentes ataques milicianos, os quais inserem-se no contexto de conflito gerado pela não demarcação dos territórios tradicionais”, afirma o Cimi.

De acordo com os responsáveis pelo relatório, o estudo é feito anualmente a partir de dados coletados com base nas denúncias e nos relatos dos povos, das lideranças e das organizações indígenas, além de informações das equipes missionárias do Cimi que atuam nos 11 escritórios regionais da organização e de notícias veiculadas pelos meios de comunicação de todo país.

Também são usadas informações de sentenças, pareceres e banco de dados de órgãos oficiais, como o MPF (Ministério Público Federal), Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e tribunais de Justiça.

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