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Interior

Se governo quiser acaba com a máfia em um mês, diz ex-juiz paraguaio

Adalberto Fox afirmou que o crime organizado do departamento de Amambay sempre esteve ligado ao poder político de Pedro Juan

Helio de Freitas, de Dourados | 28/06/2016 15:25
Ex-juiz paraguaio que atuava em Pedro Juan Caballero durante entrevista (Foto: Reprodução / Ultima Hora)
Ex-juiz paraguaio que atuava em Pedro Juan Caballero durante entrevista (Foto: Reprodução / Ultima Hora)
Carro de Jorge Rafaat metralhado no dia 15 deste mês em Pedro Juan (Foto: Leo Veras)
Carro de Jorge Rafaat metralhado no dia 15 deste mês em Pedro Juan (Foto: Leo Veras)

Adalberto Fox, o ex-juiz de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande, diz acreditar que, se existisse vontade política por parte do governo de seu país, seria possível exterminar a máfia que age no departamento de Amambay.

Ao comentar a morte do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, ocorrida no dia 15 deste mês, Fox apontou conexão dos criminosos que agem em Pedro Juan com o poder político e disse que bandidos brasileiros estão dominando o outro lado da fronteira.

Enquanto esteve na magistratura, Fox processou gente importante do crime organizado fronteiriço, entre eles Juan Viveros Cartes, Adilson Rosatti e Hugo García Corredor, número 2 do cartel colombiano, além do brasileiro Fahd Yamil Georges, o “Rei da Fronteira”.

Brasileiros - “A máfia sempre esteve em contato com os poderes políticos do Estado paraguaio e sempre os mafiosos que operam na fronteira com Amambay são de origem brasileira”, afirmou Fox em entrevista ao canal de televisão pela internet do jornal Última Hora, um dos principais do Paraguai.

Segundo o ex-juiz, o poder do crime organizado cresceu tanto que o governo paraguaio já não exerce mais soberania no departamento de Amambay, “que se encontra desmembrado pelos poderes mafiosos que atuam na região”.

Para Adalberto Fox, tanto o presidente do Paraguai, Horacio Cartes, quanto o ministro do Interior, Francisco de Vargas, que na semana passada esteve em Pedro Juan Caballero para reuniões sobre a guerra entre traficantes, conhecem “muito bem” como operam os mafiosos e não agem “por omissão ou por ganância”.

Fox afirmou que o poder do crime organizado vem do lucro fácil com o plantio de maconha na zona rural dos departamentos de Amambay e Canindeyú, os dois vizinhos de Mato Grosso do Sul.

“Em seis meses se produz na região de Amambay uma quantidade de maconha suficiente para comprar 10 eleições presidenciais do Paraguai”, afirmou.

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