Clubes aceitam Petrallás como interino, mas ele será vigiado por 5 presidentes
Presidente interino da FFMS foi mantido após assembleia tumultuada, com grupo de fiscalização estabelecido
Em assembleia extraordinária, marcada por tumulto e falta de clareza, realizada na tarde desta sexta-feira (7), a maioria dos clubes presentes acataram a decisão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e aceitaram manter o ex-presidente do Operário, Estevão Petrallás, como presidente interino da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul). A interinidade do gestor foi fixada em 90 dias, podendo ser alterada pela CBF.
Em um primeiro momento, a maioria dos clubes demostraram descontentamento com a nomeação de Estevão Petrallás como presidente da entidade. Inclusive alguns presidentes assinaram documento direcionado ao presidente do TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul), Patrick Hernands Santana Ribeiro, contestando a decisão da entidade máxima do futebol brasileiro.
No entanto, a situação foi apaziguada durante as discussões da assembleia realizada entre os times, que por grande maioria, aprovou a permanência de Estevão Petrallás no comando da federação, sob a fiscalização de um grupo formado por 5 presidentes de clubes.
Dos clubes profissionais, votaram favorável a permanência de Petrallás: Corumbaense, Náutico, Águia Negra, DAC, Ivinhema, União, Naviraiense, Portuguesa, Urso, Operário, Coxim, Serc, São Gabriel, Crec, Campo Grande, Ubiratan, Operário AC, Moreninhas, 7 de Setembro, Ceart e Maracaju. Apenas Novo, Comercial e Ponta Porã foram contrários. Entre os clubes amadores foram quatro favoráveis e apenas um contrário.
“Foi uma surpresa o resultado final. No princípio, a gente estava no pensamento que o Estevão não ficaria, mas por isso que é bom a conversa. Mediante os entendimentos, o melhor caminho é com o Estevão se assim permanecer, que fique ele até os 90 dias, até para não ter conflito com a CBF, decisão judicial. Então venceu o diálogo”, comentou Gilmar Ribeiro, presidente da Atlética Portuguesa de Campo Grande.
O grupo de fiscalização dos trabalhos do ex-presidente do Operário à frente da federação será composto por: André Baird (Costa Rica); Iliê Vidal (Águia Negra); Bosco Delgado (Corumbaense) e Gilmar Ribeiro (Portuguesa) e Ítalo Milhomen representando o futebol amador.
“A gente vai acompanhar o trabalho do presidente eleito pela CBF, até para preparar todas essas mudanças estatutárias, preparar a eleição para 90 dias e, de fato, estruturar a federação. Para que, quando chegar as eleições, então um estatuto já reformulado pelos presidentes e que seja contente da sociedade”, destacou o presidente da Portuguesa.
Ao fim da assembleia, Estevão Petrallás reconheceu a responsabilidade do cargo e ressaltou a importância de não confrontar a CBF, enfatizando a necessidade união entre os clubes, principalmente no momento delicado em que vive a federação. Ele aceitou com tranquilidae a supervisão da comissão como um modo democrático de acompanhamento e destacou a necessidade de manter o foco nas competições para trazer estabilidade ao ambiente esportivo.
“A responsabilidade é grande. Inicialmente veio referendar a decisão da CBF. Eu não imagino confrontar a CBF. É muito importante nós nos unirmos. É o interesse do governo. Agora vamos conseguir respirar um pouco. O Comercial será melhor tratado que os demais. A comissão é um modo democrático de nos acompanhar. Agora é sentar e nesse momento é seguir com as competições”, disse Petrallás.
De acordo com o presidente do Comercial Esporte Clube, Cláudio Barbosa, que propôs a assembleia entre os clubes que poderia destituir Petrallás do cargo interino, avaliou que a articulação do ex-gestor do Operário nos bastidores pesou na decisão final dos clubes.
“Foi articulação dele nos bastidores. Nada contra. Os pontos foram votados favoráveis ao Estevão. Estou pelos clubes”, comentou Barbosa.