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Política

Por unanimidade, vereadores aprovam reajuste de 10,39% no salário de professores

Pagamento será em duas parcelas, sendo a primeira em fevereiro, e a segunda, em junho

Izabela Cavalcanti e Jéssica Benitez | 09/02/2023 11:28
Ex-presidente da ACP, Lucílio Nobre, e atual presidente, Gilvano Bronzoni, em um dos protestos na Prefeitura de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Ex-presidente da ACP, Lucílio Nobre, e atual presidente, Gilvano Bronzoni, em um dos protestos na Prefeitura de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

Após três meses entre negociações, paralisações e ameaça de greve, finalmente, o impasse da reposição salarial dos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) chegou ao fim. Os vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande aprovaram, nesta quinta-feira (9), por unanimidade (27 votos a favor), o pagamento dos 10,39% previsto na Lei 6.796/2022. A "queda de braço" teve início em novembro de 2022.

Na sessão foi decidido fazer a inversão de pautas para dar mais celeridade. Com isso, os projetos foram votados primeiro. “Ontem mesmo mandei para a assessoria jurídica e quando eles falaram que estava ok, enviei ao presidente da ACP, ele falou que é isso mesmo. Então, vai passar, a gente não tem problema nenhum. Cada um fazendo seu papel, cabe a nós aprovar o aumento”, destacou o vereador e presidente da Casa de Leis, Carlão Borges (PSB).

Na ocasião, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) expôs que os vereadores precisam ajudar a prefeitura a organizar as finanças. “Não acho que isso é motivo de alegria, porque se trata de uma verba indenizatória. Estão deixando de aprovar o índice de reajuste. Que bom que encontraram essa saída, mas não é satisfatório. Os vereadores precisam ajudar a prefeitura a arrumar as finanças do município, que estão visivelmente desorganizadas”, dispara.

Na visão de Marcos Tabosa (PDT), a prefeita Adriane Lopes (Patriota) está tentando ganhar tempo. “Voto sim, porque foi aprovado em assembleia da ACP, mas eu tenho que lembrar que é um reajuste que está aprovado, porque já era para ter dado em novembro. A Adriane está ganhando tempo e isso é sério. Ela está agindo politicamente”, pontua.

O vereador professor André Luis (Rede) foi breve ao dizer que “abono não é salário e a luta é por reajuste”.

A prefeita de Campo Grande Adriane Lopes encaminhou o projeto para a Casa de Leis, na quarta-feira (8). A aplicação do percentual será feita em duas parcelas aos professores ativos e inativos da Capital, sendo a primeira de 4% em fevereiro e a segunda, de 6,39%, em junho.

Antes disso, no dia 30 de janeiro, durante reunião, a prefeita “bateu o martelo” e garantiu o pagamento. Depois, no dia 1° de fevereiro, a proposta foi apresentada e aprovada em Assembleia da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública).

Histórico – Apesar do acordo firmado, o debate continua em relação ao calendário para os índices de 2023 e 2024, já que os 10,39% referem-se ao que deveria ter sido concedido em novembro do ano passado, conforme previsto na Lei Municipal 6.796/2022. A legislação ainda prevê aumento escalonado para a categoria até outubro de 2024, totalizando 62,4%.

A prefeita Adriane Lopes ofereceu 4,78% de reposição inflacionária e bolsa alimentação de R$ 400, que já estava previsto em acordo anteriormente firmado. Depois, ofertou o parcelamento dos 10,39% em três vezes, sendo 3,42% em janeiro e outras duas parcelas, de 3,48%, para março e dezembro de 2023.

Nenhuma das duas propostas foram aceitas e a greve foi deflagrada no dia 2 de dezembro do ano passado, se estendendo até o dia 12 daquele mesmo mês, por conta de jogos do Brasil na Copa do Mundo e, posteriormente, assembleia da categoria.

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