Presidentes de subseções da OAB discutem conduta de Júlio Cesar
A maioria dos presidentes das 31 subseções da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mato Grosso do Sul convocou para a próxima quinta-feira (5), às 8h30, reunião para cobrar explicações do presidente da entidade, Júlio Cesar Souza Rodrigues, sobre as suas tratativas contratuais com o prefeito Alcides Bernal (PP). Júlio Cesar conseguiu brecar uma mobilização de presidentes das subseções, no mês passado, sob a alegação de que o Conselho Federal da OAB tomaria decisão a respeito do tema.
Na reunião do Conselho Federal, ocorrida no dia 26 passado, foi analisar somente a validade da portaria que criou uma comissão interna na OAB-MS para investigar as tratativas contratuais com Bernal. A portaria caiu, mas o Conselho Federal anunciou a abertura de processo ético contra Júlio Cesar.
Um documento pedindo a convocação extraordinária do colégio de presidentes de subseções municipais da OAB-MS já contava com 20 assinaturas, antes da reunião do Conselho Federal, quando Júlio Cesar passou a ligar e enviar e-mails para dissuadir os que tinham assinado. A articulação para convocação de Júlio Cesar tinha sido feita pelos presidentes das subseções de Dourados, Felipe Azuma, e de Três Lagoas, Luiz Henrique Gusmão.
Agora a nova iniciativa partiu de Luiz Gusmão e já conseguiu a adesão de 17 dos 31 presidentes de subseções, número suficiente para a realização da reunião, marcada para a manhã da próxima quinta-feira. A reunião é mais uma derrota política de Júlio Cesar dentro da OAB-MS, que terá que se explicar perante seus pares.
Embora o julgamento ético do presidente de seccional de OAB seja atribuição do Conselho Federal, que já está processando Júlio Cesar, o colégio de presidentes das subseções da entidade pode fazer “recomendações” ao presidente, inclusive no sentido de que renuncie ao cargo.
A relação de Júlio Cesar com o restante da diretoria da OAB-MS continua bastante abalada. Isolado, Júlio pode enfrentar nos próximos dias uma declaração conjunta dos demais dirigentes de “rompimento político oficial”.