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Cidades

Adega de R$ 700 mil foi confiscada com um dos investigados por fraude

Negócios iam mal, mas alvos da operação mantinham vida luxuosa, o que chamou a atenção de força-tarefa

Anahi Zurutuza e Guilherme Henri | 28/07/2017 11:57
Vinhos apreendidos na manhã desta sexta-feira pela PF (Foto: PF/Divulgação)
Vinhos apreendidos na manhã desta sexta-feira pela PF (Foto: PF/Divulgação)

Embora ninguém tenha sido preso ou conduzido coercitivamente para depor, pelo menos dez pessoas são alvos da Operação Labirinto de Creta II, deflagrada na manhã desta sexta-feira (28) pela Polícia Federal, junto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal.

Durante o cumprimento dos 15 mandados de busca e apreensão, emitidos pelo juiz Odilon Oliveira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, foram apreendidos documentos, objetos de valor e carros de luxo.

Segundo Cleo Mazzotti, delegado Regional de Combate ao Crime Organizado, além dois veículos Porsche, carros que custam ao menos três dígitos, a partir de R$ 300 mil, também foram apreendidos R$ 700 mil em vinhos, que estavam na adega particular de um dos investigados.

Relógio que também foi confiscado (Foto: PF/Divulgação)
Relógio que também foi confiscado (Foto: PF/Divulgação)
Carros apreendidos chegando a sede da PF (Foto: André Bittar)
Carros apreendidos chegando a sede da PF (Foto: André Bittar)

Também foram apreendidos caminhonetes, joias, relógios – incluindo um da marca Hublot exibido numa redoma -, uma televisão avaliada em R$ 89 mil.

Dentro de uma Bíblia, foram encontradas dezenas de cédulas de R$ 50.

À sede da Polícia Federal em Campo Grande foram levados “15 carros de alto padrão” apreendidos pela operação.

As equipes ainda não terminaram de recolher os bens que serão confiscados e avaliados para que garantam o ressarcimento aos cofres públicos em pelo menos R$ 350 mil, valor que a força-tarefa estima que seja a soma de fraudes cometidas pela suposta organização criminosa em sonegação de impostos.

O delegado afirmou, contudo, que tudo o que já foi apreendido serve como “prova de que os investigados tinham vida luxuosa, enquanto as empresas ligadas ao grupo estão tem altos valores em dívidas”.

Zeca Lopes posa para foto em solenidade na Assembleia (Foto: ALMS/Divulgação)
Zeca Lopes posa para foto em solenidade na Assembleia (Foto: ALMS/Divulgação)

Dono de frigorífico – Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, nem o delegado da PF e nem os representantes da Receita, Henry Tamashiro de Oliveira Marcos André Más, não deram os nomes dos investigados e nem confirmaram que José Carlos Lopes, o Zeca Lopes, dono do Frigolop, é um dos que está “na mira”.

Mas, o Campo Grande News apurou e o advogado de Zeca Lopes confirmou que pelo menos cinco dos 15 mandados de busca foram cumpridos em endereços que pertencem ao empresário ou familiares dele.

Por volta das 6h, conforme apurou a reportagem, policiais chegaram ao residencial Dahma 1 e procuravam por Juliana Lopes Peró, filha de Zeca Lopes. Ao mesmo tempo, uma equipe chegou a um escritório de advocacia no Parque dos Poderes que pertence a Fernando Peró, casado com Juliana.

Agentes estiveram ainda na casa do empresário – que fica no Jardim São Bento –, no frigorífico em Terenos, e no escritório de Zeca Lopes, no edifício comercial Evidence Prime Office.

Com a ajuda de um chaveiro, agentes entraram ainda na sala 1706 que fica no último andar do Evidence, nos altos da avenida Afonso Pena, segundo confirmaram funcionários do condomínio de escritórios.

Durante as buscas, segundo empregados, duas funcionários, sendo uma delas supostamente a filha de Zeca Lopes, ficaram dentro do escritório.

O empresário é réu em processo por envolvimento com exploração sexual de criança e adolescente, associação criminosa e estupro, em novembro de 2015.

Policiais federais deixando escritório de advocacia no Parque dos Poderes (Foto: Renata Volpe Haddad)
Policiais federais deixando escritório de advocacia no Parque dos Poderes (Foto: Renata Volpe Haddad)

Operação – A Polícia Federal deflagrou nesta manhã a 2ª fase da Labirinto de Creta para desarticular organização criminosa que fraudou o Fisco em cerca de R$ 350 milhões. Também participam da ação a Receita Federal e o Ministério Público Federal. O alvo é um grupo do ramo de frigoríficos.

Os crimes investigados são: sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica, estelionato qualificado, fraudes previdenciárias e lavagem de dinheiro.

No total, serão cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em residências dos investigados e empresas ligadas e vinculadas a organização criminosa, nas cidades de Terenos, Campo Grande e São Paulo.

Segundo a Polícia Federal, a força-tarefa foi montada para combater organização criminosas que usam empresas para a sonegação de altos valores, o não pagamento de obrigações previdenciárias e burla direitos trabalhistas de empregados.

A primeira fase da operação ocorreu em 2014, quando o foco foi outro grupo empresarial, também no ramo frigorifico. A PF divulgou ainda que um dos envolvidos, empresário do ramo, foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro.

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