Com desapropriação de shopping, Moreninhas pode perder Juizado Especial
Moradores da região das Moreninhas estão preocupados que a 4° Vara do Juizado Especial Cível e Criminal, que está no bairro há 15 anos, seja transferido para o anexo do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), na área do antigo shopping 26 de Agosto, que foi desapropriado pelo governo estadual.
De acordo com o vereador Chiquinho Telles (PSD), está informação já foi repassada aos funcionários do local, inclusive alguns já foram transferidos da unidade. Ele já solicitou uma audiência com a juíza titular do local, Elisabeth Rosa Baisch, e com o presidente do Tribunal, o desembargador Joenildo de Souza Chaves.
“Surgiu esta informação no bairro e vamos checar se realmente existe esta possibilidade, somos contra, pois o juizado atende até 17 bairros na região, em uma população de mais de 100 mil pessoas”, ponderou ele.
O vereador ressalta que os moradores já reclamaram que caso o local seja transferido, irá prejudicar a população que tem todos os serviços disponíveis no bairro. “Só não funciona no local a vara familiar, o resto pode ser tratado aqui”, apontou.
A assessoria do Tribunal de Justiça informou que até o momento apenas o Juizado Central foi confirmado para as novas dependências, no antigo shopping 26 de Agosto. E que outras possibilidades ainda não foram definidas.
Anteriormente, o TJ-MS havia revelado que iria transferir dois juizados cível e criminal, além da Escola Judicial, o Núcleo de Solução de Conflitos, do Centro Integrado da Infância e da Juventude e da Central de Processamento Eletrônico.
Desapropriação - O governador André Puccinelli (PMDB) desapropriou, por meio do Decreto “E” 32, de 13 de dezembro deste ano, o prédio do Shopping 26 de Agosto, localizado no Centro de Campo Grade. Após fracasso, o centro comercial que estava no local.
Aposta errada - Com investimento de R$ 25 milhões, o shopping abriu as portas em setembro de 2011, apostando na linha popular, com produtos importados da China.
Na inauguração, 320 das 550 lojas funcionavam no local. Dois anos depois, cerca de 20 estabelecimentos permanecem no local apenas por medo de perder o dinheiro investido por eventual quebra de contrato.
Para os comerciantes, a linha popular, com produtos importados da China, espalhados em estandes não caiu no gosto dos campo-grandenses. Aliado a isso, eles creditam o fracasso ao abandono do espaço.
O Tribunal de Justiça pagou R$ 38 milhões pela área do térreo, com 4.465 metros quadrados, além do subsolo, utilizado como estacionamento, e a uma laje, que poderia servir no futuro para possíveis novos pavimentos, chegando a uma área total de 13.272,77 m2.