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Interior

Com volta dos terena à fazenda, gado fica sem vacina contra aftosa

Paula Maciulevicius | 01/06/2013 13:53
Após reintegração de posse, terena voltam à fazenda Buriti e já contabilizam mais de mil. (Foto: João Garrigó)
Após reintegração de posse, terena voltam à fazenda Buriti e já contabilizam mais de mil. (Foto: João Garrigó)

Depois de encerrado nesta sexta-feira (31) o prazo da primeira etapa da vacinação contra febre aftosa, a fazenda Buriti, palco da reintegração de posse que acabou na morte do índio Oziel Gabriel, 35 anos, não teve o gado vacinado. Segundo o proprietário Ricardo Bacha, são 300 animais.

Ao Campo Grande News, Ricardo Bacha disse que solicitou a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) que proceda a vacinação. O pedido foi feito no dia 30 de maio, penúltimo dia do prazo.

“Esperei até o dia 29, quando seria realizada a audiência que a gente esperava que houvesse conciliação. Como não houve, entrei com a solicitação. Estou com a vacina comprada, eles têm obrigação de proceder a vacinação. Se o gado não vacina e dar febre aftosa contamina toda região. É um prejuízo monumental para economia”, disse.
Segundo o produtor rural, a Iagro ainda não passou retorno sobre a vacinação. Os funcionários também devem fazer a contagem do gado.

Na região, a informação que corre é que os índios terena ameaçam através de telefonemas não identificados, funcionários e produtores rurais. “Eles dizem que vão invadir o resto, bater e amarrar quem encontrar pela frente”, relata Bacha.

Em reunião com autoridades estaduais e o coordenador do Fórum Nacional de Assuntos Fundiários e representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Rodrigo Rigamonte, os produtores rurais da região de Sidrolândia estão oferecendo 15 mil hectares, inclusive a área invadida da Fazenda Buriti, para o Estado brasileiro “comprar” e por fim ao conflito com os indígenas terenas, que hoje têm 2 mil ha e reivindica 17 mil há sob alegação de se tratar de terras historicamente pertencentes ao seu povo.

A reunião chegou a ser realizada ontem, no Tribunal de Justiça do Estado, mas foi suspensa em razão da falta de representantes dos indígenas. Nesta manhã, índios terenas chegaram ao local com o corpo pintado e com dizeres: “Oziel, a luta continua”. Indígenas do sul do Estado, os guarani-kaiuás, também participam do encontro com o representando do CNJ.

Confrontos – A fazenda Buriti em Sidrolândia foi ocupada há dois meses e a ação de reintegração de posse foi cumprida pela Polícia Federal na manhã de quinta-feira (30). Houve confronto entre os indígenas e os policiais, um índio foi morto e outros ficaram feridos. Três policiais federais e oito militares também se feriram durante o confronto, mas não houve gravidade nas lesões.

A segunda ocupação ocorreu na manhã deste sexta-feira na Fazenda Esperança em Aquidauana. Um grupo formado por indígenas de 7 aldeias do Estado invadiram a área e deu prazo de 24 horas para que o casal dono da propriedade saia da sede.

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