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Cidades

Autópsia em corpo de índio morto em confronto será feita nesta manhã

Paula Maciulevicius | 01/06/2013 08:16
Ontem depois de se recusar a autorizar novos exames em Oziel, a família do indígena voltou atrás e permitiu que fosse feita a autópsia. (Foto: Vanderlei Aparecido)
Ontem depois de se recusar a autorizar novos exames em Oziel, a família do indígena voltou atrás e permitiu que fosse feita a autópsia. (Foto: Vanderlei Aparecido)

O corpo do índio terena Oziel Gabriel, de 35 anos, passará por nova autópsia na manhã deste sábado, no IML (Instituto Médico Legal) de Campo Grande. O trabalho será feito por três médicos legistas da Polícia Federal de Brasília. O corpo de Oziel está na Capital desde a noite de ontem.

O cacique Antônio Aparecido de Oliveira acompanha todo o trâmite aqui em Campo Grande. A autópsia deve começar por volta das 10h e por enquanto não há previsão de liberação do corpo.

Ontem depois de se recusar a autorizar novos exames em Oziel, a família do indígena voltou atrás e permitiu que fosse feita a autópsia, ele já estava sendo velado há 24h, na aldeia Córrego do Meio, onde nasceu e sempre morou.

O pai de Oziel, Evilásio Gabriel, 64 anos, conta que autorizaram a nova autópsia porque o filho, antes de ir para o conflito, pediu que a justiça fosse feita caso algo acontecesse.

“Quando o índio vai ocupar uma área, ele não tem medo e está disposto a tudo pela terra”, comentou Evilásio, acrescentando que a nova autópsia vai poder apontar qual o calibre da arma que matou Oziel e deixar claro que o disparo veio da polícia.

Oziel deixou dois filhos, Jean Carlos, de 18 anos, e Joeser, de 15, que estava com ele durante o conflito e chegou a filmar o pai, com um arco e flechas, antes do conflito piorar.

Ocupações e total de mortes – Os índios contam que das 30 fazendas reivindicadas como área indígena em Sidrolândia e Dois Irmãos do Buriti, 11 ainda não foram ocupadas por eles.

Com o caso de Oziel, a morte de indígenas em conflitos fundiários já chega a 289, segundo os próprios índios.

Em Sidrolândia, atualmente, estão ocupadas as fazendas Água Doce, Querência São José, Santa Clara, Flórida, 3R e Buriti, as duas últimas pertencentes a Ricardo Bacha.

Na Buriti, há 200 índios, e mais irão para o local assim que terminar o velório de Oziel. Apesar de tudo, eles afirmam que a morte de mais um guerreiro não vai para-los, e sim dar mais forças para lutar.

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