Juiz nega prisão domiciliar e Andreia Olarte volta para presídio feminino
Ex-primeira-dama pediu para sair de cela do Garras por estar perto de presos do sexo masculino
O desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva negou a concessão de prisão domiciliar para a ex-primeira-dama de Campo Grande, Andreia Olarte, e determinou a transferência dela para o presídio feminino Irmã Irma Zorzi. Andreia foi presa no dia 15 de agosto pela Operação Pecúnia, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), e hoje ocupa cela no Garras (Delegacia Especializada Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros).
Bonassini deu a decisão na tarde desta terça-feira (23), mas ainda não há data e nem hora para a transferência acontecer. O advogado João Carlos Veiga Junior, responsável pela defesa de Andreia, acredita que a remoção da cliente aconteça amanhã (24) pela manhã. O mesmo disse um policial civil lotado no Garras.
A defesa de Andreia pediu a prisão domiciliar argumentando que no Garras ela fica em cela ao lado de presos do sexo masculino. Além disso, foram anexados atestados médicos nos autos alegando que a ex-primeira-dama tem hipertensão e gastrite, por isso, o ideal seria que ela ficasse em casa.
Contudo, segundo Bonassini, o inciso II do artigo 318 do CPP (Código de Processo Penal) possibilita a concessão do regime domiciliar ao agente “extremamente debilitado por motivo de doença grave”, o que não é o caso. “Os atestados trazidos são insuficientes para comprovar a necessidade de transferência para o regime domiciliar”, decretou o desembargador, ressaltando que as duas doenças são controláveis.
Saídas - Desde quando foi presa, no dia 15 de agosto, Andreia Olarte já foi duas vezes ao hospital, a última foi no dia 20, quando apresentou um quadro de úlcera e hipertensão. Ela passou por uma bateria de exames e foi liberada nesta manhã (21), voltando para o Garras.
Ela também já esteve no presídio feminino, mas conseguiu a remoção para o Garras com o argumento que tem curso superior e, portanto, direito a cela especial. No Irma Zorzi não há carceragem reservada e a ex-primeira-dama terá de dividir espaço com outras presas.
A Operação Pecúnia investiga Andreia, o marido, o ex-vice-prefeito Gilmar Olarte, e mais duas pessoas pelos crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa.
A investigação começou após dados obtidos com a quebra de sigilo bancário de Andreia, assim como de sua empresa (Casa da Esteticista), porque ela teria adquirido vários imóveis na Capital, na época em que o marido era prefeito, tendo alguns bens em nome de terceiros. Um dos “laranjas” seria o empresário Evandro Simões. Também foi preso o corretor de imóveis Ivamil Rodrigues, que teria auxiliado o casal nas compras fraudulentas.