Proteco e LD receberam máquinas do Governo estadual para executar obras
Além de terem sido beneficiadas pelo esquema de corrupção e fraudes em licitação apuradas nas investigações da Operação Lama Asfáltica, duas das principais empresas da organização comandada pelo empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos também foram beneficiadas pela cedência de máquinas do Governo do Estado.
De acordo com a Secretaria Estadual de Infraestrutura, a Proteco e a LD Construções estão entre as dez empreiteiras que receberam da administração estadual, máquinas usadas na manutenção e implantação de rodovias. As outras são a Terrasat, Wala, GMB, Construtora Alvorada, Avance, Juha, Luca e Provias.
Há quatro anos, elas receberam do Estado 198 máquinas, sendo 54 motoniveladoras, 17 pás carregadeira, 17 tratores de esteira, 17 caminhão comboio, 81 caminhões basculante, cinco carros-pipa e 7 rolo-compressores. No mês passado, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) determinou que todas as máquinas sejam devolvidas à Agesul (Agência de Gestão de Empreendimentos).
Segundo o secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, está sendo feito um inventário desses equipamentos, pois o decreto que trata do assunto determina que eles sejam devolvidos em perfeito estado de uso. Segundo ele, por conta desse decreto, as máquinas entregues pelas empresas às regionais da Agesul, foram devolvidas para que sejam consertadas, pois estavam sem condições de uso. As empreiteiras têm prazo de 30 dias para arrumá-las.
Conforme o secretário, a intenção é ceder os equipamentos às prefeituras, para a formação de patrulha mecanizada para cuidar da manutenção das estradas vicinais.
A Proteco é a principal empresa do grupo de João Amorim. Já a LD Construções pertence ao genro dele, Luciano Potrich Dolzan (marido da filha de Amorim, Ana Paula) e ao irmão dele, Lucas Dolzan. A LD faz parte do consórcio CG Solurb, junto com a Financial Construtora, que venceu a concorrência para fazer a coleta e o tratamento de lixo em Campo Grande, por um período de 25 anos. O contrato, na época da licitação, era de R$ 1,8 bilhão.