Avião que irá transportar Cesare Battisti faz parada em Corumbá
Polícia Federal deu apoio operacional para transporte do italiano, preso em Santa Cruz, na Bolívia; Battisti será extraditado para Itália
A aeronave da Polícia Federal deslocada para buscar o italiano Cesare Battisti em Santa Cruz, na Bolívia, fez pouso estratégico hoje, em Corumbá. Segundo informações apuradas pelo Campo Grande News, a PF em MS prestou apoio operacional para a equipe que, depois, seguiu para cidade boliviana.
Battisti foi preso ontem, em Santa Cruz de La Sierra, após operação de investigação que envolveu as polícias da Itália, Bolívia e Brasil. Há pelo menos uma semana as equipes estavam na cidade boliviana investigando se o suspeito era Battisti.
Ele foi preso enquanto caminhava e não ofereceu resistência. De barba e bigode, foi levado para a sede da polícia boliviana. Autoridades dos três países discutiram como seria o procedimento de extradição do italiano.
Inicialmente, ele não passaria pelo Brasil, mas, segundo informações da Agência Brasil, o italiano fará uma escala, conforme anunciado pelo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.
O ministro informou que Battisti será trazido para o Brasil num avião da Polícia Federal e trocará de aeronave antes de seguir para a Itália. Segundo ele, o avião que buscará o italiano na Bolívia não tem capacidade para voar direto até a Europa, tornando necessária a escala.
Battisti é ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, durante os “anos de chumbo” na Itália, marcada por atentados de organizações de direita e esquerda. Battisti chegou em 2004 ao Brasil, onde ficou preso três anos depois. Ele deixou a Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011. Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.
Cesare Battisti estava foragido desde o dia 13 de dezembro, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, determinou a prisão. No dia seguinte, o então presidente da República, Michel Temer, assinou o decreto de extradição do italiano.